Bruxelas quer colocar 100 mil jovens no Corpo Europeu de Solidariedade até 2020

por Lusa

Bruxelas, 30 mai (Lusa) -- A Comissão Europeia propôs hoje dotar o Corpo Europeu de Solidariedade com um mecanismo de financiamento próprio, de 341,5 milhões de euros para os próximos três anos, com vista a possibilitar a colocação de 100 mil jovens até 2020.

De acordo com o executivo comunitário, a primeira fase desta iniciativa, lançada em dezembro de 2016, mobilizou oito programas diferentes para proporcionar oportunidades de voluntariado, estágios ou empregos no âmbito do Corpo Europeu de Solidariedade, e "mais de 30 mil jovens já se inscreveram e os primeiros participantes iniciaram agora as suas atividades".

A proposta hoje apresentada, sustenta a Comissão, "dá um impulso à consolidação da iniciativa e à criação de mais oportunidades para os jovens".

"Além de ofertas de voluntariado, estágios e colocações, o Corpo Europeu de Solidariedade dará agora aos participantes a possibilidade de lançar projetos de solidariedade próprios ou de se empenhar em atividades de voluntariado no âmbito de um grupo", realça o executivo comunitário.

Para a próxima fase do Corpo Europeu de Solidariedade, a Comissão prevê novos tipos de atividades, como "experiências práticas de solidariedade" na realização de atividades de voluntariado por um período máximo de 12 meses, estágios habitualmente de dois a seis meses e colocações profissionais de dois a 12 meses, de acordo com a legislação nacional aplicável.

Também serão criadas equipas de voluntários constituídas por grupos de 10 a 40 jovens de diferentes países reunidos em torno de um objetivo comum, por períodos de duas semanas a dois meses, e projetos de solidariedade desenvolvidos por grupos de pelo menos cinco participantes, com a duração de dois a 12 meses.

Haverá ainda atividades de rede concebidas para "atrair novos participantes para o Corpo Europeu de Solidariedade, promover o intercâmbio de boas práticas, prestar apoio pós-colocação e manter os participantes em contacto depois de concluídas as atividades".

Segundo a Comissão, "estas atividades darão aos jovens de toda a Europa novas oportunidades de participarem em ações de solidariedade" e "irão também contribuir para melhorar as aptidões e as competências de que os jovens necessitam para o seu desenvolvimento pessoal e profissional no início das respetivas carreiras".

A Comissão propõe a afetação de 341,5 milhões de euros ao Corpo Europeu de Solidariedade ao longo do período 2018-2020, para tornar possível a participação de 100 mil jovens europeus até ao final de 2020.

Bruxelas sublinha que qualquer organismo público ou privado pode propor projetos para o Corpo Europeu de Solidariedade, desde que cumpra rigorosas exigências de qualidade.

A ação do Corpo Europeu de Solidariedade decorrerá sob a égide da Comissão Europeia, das agências nacionais do programa Erasmus nos Estados-Membros e da Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura (EACEA).

A fim de melhorar a integração dos participantes do Corpo Europeu de Solidariedade no mercado de trabalho, os serviços de emprego, públicos e privados, e as Câmaras de Comércio serão incentivados a envolver-se na iniciativa, indica o executivo comunitário.

"Mais do que um simples princípio, a solidariedade é um estado de espírito que vai ao encontro dos ideais da União. O Corpo Europeu de Solidariedade personifica este princípio. Podemos estar orgulhosos de tudo o que o Corpo representa e gratos a todos os jovens que estão a aderir e às organizações que disponibilizam lugares para os nossos jovens", comentou o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker.

"Hoje, conferimos uma forma jurídica adequada ao Corpo Europeu de Solidariedade e um orçamento para apoiar a sua atividade. São os participantes no terreno que dão vida ao Corpo e à solidariedade europeia", sublinhou.

Em 2016, por ocasião do discurso sobre "O Estado da União, Juncker anunciou a criação de um Corpo Europeu de Solidariedade, com o intuito de oferecer aos jovens entre os 18 os 30 anos a oportunidade de participarem numa vasta gama de atividades de solidariedade em toda a UE, e desde o seu lançamento, em dezembro passado, mais de 30 mil jovens já se inscreveram, tendo 9 mil sido já contactados.

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