Bruxelas reconhece "campanha de desinformação sem paralelo" sobre eleições na Moldova
A Comissão Europeia considerou hoje que a Moldova está a enfrentar uma "campanha de desinformação sem paralelo", a três dias das eleições legislativas, e alertou que devem ser os cidadãos a decidir, sem interferência russa.
"Estas eleições são decisivas para a Moldova e para o futuro europeu do país [...], a mensagem é claríssima: tem de ser o voto dos cidadãos a contar, livre de qualquer interferência", disse a porta-voz da Comissão Europeia Anitta Hipper, em conferência de imprensa em Bruxelas, capital da Bélgica e onde estão localizadas as principais instituições da União Europeia (UE).
A porta-voz do executivo comunitário reconheceu que há cidadãos do país que estão a ser instruídos pela Rússia para destabilizar o país, não só difundindo desinformação, mas também criando desacatos com as forças de segurança.
Tendo em conta este fator, a Comissão Europeia disse estar "impressionada com a resiliência da Moldova e com todos os esforços que estão a ser feitos pelas autoridades para assegurar a integridade do processo eleitoral".
Do lado da UE, o bloco político-económico europeu disse que vai "apoiar a Moldova nos seus esforços para lutar contra uma campanha de desinformação sem paralelo", comentou a porta-voz responsável pela diplomacia.
As eleições de 28 de setembro são consideradas decisivas para o futuro da Moldova, marcada pela divisão entre as forças pró-Moscovo e os partidos que defendem a integração europeia, liderados pelo Partido de Ação e Solidariedade (PAS), da Presidente Maia Sandu.
Contudo, as sondagens sugerem que o PAS poderá perder a maioria parlamentar, abrindo espaço para negociações com formações pró-Rússia, que concorrem em bloco, ou até para uma repetição do escrutínio.
Na intervenção perante a Assembleia Geral da ONU, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avisou na quarta-feira que a Europa não deve "perder a Moldova para a Rússia", como já perdeu Bielorrússia e Geórgia.
Com cerca de 2,5 milhões de habitantes, a Moldova situa-se entre a Roménia e a Ucrânia.
A região separatista moldava da Transnístria ganhou destaque após o início da guerra na Ucrânia (em fevereiro de 2022) devido aos laços com a Rússia e à sua importante posição geoestratégica.
A Rússia mantém um contingente de 1.500 soldados na Transnístria, cujos separatistas pró-Moscovo controlam o território desde a guerra civil na Moldova, em 1992.