Catalunha. Avenidas e linhas férreas cortadas em protesto contra sentenças

por RTP
Albert Gea - Reuters

Centenas de independentistas catalães cortaram hoje algumas avenidas de Barcelona e concentram-se em diversas zonas da cidade em protesto contra as condenações de ex-membros da administração autónoma por crimes de sedição e má gestão de fundos públicos. O Presidente do Governo regional da Catalunha considera que sentenças foram injustas e antidemocráticas.

Após serem conhecidas as sentenças, os grupos independentistas cortaram as artérias Ronda del Dat, Diagonal e Via Laietena, em Barcelona, e concentram-se neste momento frente à sede do organismo Òmnium Cultural e à sede do gabinete do conselheiro para as questões territoriais do Governo regional.

Os organizadores da manifestação afirmam que querem mostrar “uma fotografia transversal da sociedade civil da Catalunha que rejeita a sentença”.

Também a circulação ferroviária foi cortada cerca das 10h30 (09h30 em Lisboa) nas linhas R11 e RG1 por cerca de uma centena de pessoas que acedeu às linhas na estação de Celrà, em Girona.

Quim Torra, o presidente do Governo regional da Catalunha, afirma que as sentenças foram “injustas e antidemocráticas”.

“A Catalunha vive momentos graves. Condenaram 12 pessoas honradas, democráticas e pacíficas”, afirmou Torra numa declaração institucional.

O presidente do Governo regional da Catalunha exige a “libertação dos detidos e dos exilados” e assegura que “a acusação e as sentenças são extensivas a milhões de catalães”.

“O caminho para a resolução de conflitos é sempre a palavra, o voto e a liberdade”, acrescentou.

Torra exige ainda “uma amnistia para os condenados” e revela que “ainda hoje pedirá uma reunião urgente com Pedro Sánchez e com o Rei de Espanha” para abordar a crise originada pela sentença.

A presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, afirma que a Catalunha “enfrenta um dos dias mais difíceis dos últimos anos”.

 

Colau considera a decisão do Supremo Tribunal de Espanha como uma “crueldade”, expressou solidariedade com os condenados e as suas famílias e promete “trabalhar para encontrar soluções para obter a liberdade”.

Através das redes sociais, os Comités de Defesa da República (CDR) apelam à desobediência afirmando que "é altura para a revolta popular".

"A vossa sentença é a vossa condenação. É a hora de nos levantarmos contra o fascismo autoritário do Estado espanhol e os seus cúmplices", proclama o CDR através da rede social Twitter.

Carlos Riera, do partido Candidatura de Unidade Popular, considera que a condenação dos líderes independentistas supõe “99 anos e seis meses de injustiça. Cem anos de negociações de direitos e liberdades fundamentais”, e acrescenta “Cem motivos de solidariedade e 100 razões para lutar até que regressem a casa, até que sejamos livres”.


Carlos Riera apela ainda à manifestação e afirma que “é nas ruas que se define o povo”.

  

c/Lusa

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