Catorze países assinam compromisso para criar um Oceano Sustentável

por RTP
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No âmbito da reunião do Painel de Alto Nível para uma Economia do Oceano Sustentável, a decorrer esta segunda-feira, à margem da Cimeira das Nações Unidas, 14 países assinaram um compromisso para futuras ações climáticas com foco no Oceano. Este, apesar de ser uma vítima das alterações do clima, pode ser também uma fonte de soluções, nomeadamente, no que diz respeito à produção de energia eólica offshore das ondas.

O Oceano é apenas uma das inúmeras componentes da Terra a serem afetadas pelas alterações climáticas. Contudo, este pode ser uma fonte de soluções, se houver um investimento por parte dos vários países.

Atualmente as previsões são positivas, já que, na reunião do Painel de Alto Nível para uma Economia do Oceano Sustentável, a decorrer nesta segunda-feira à margem da Cimeira das Nações Unidas, 14 países se comprometeram com ações climáticas cujo foco é precisamente o Oceano.

As principais apostas, debatidas e posteriormente definidas, serão o investimento na energia eólica offshore e na energia produzida pelas ondas.

Portugal, entre outras medidas, comprometeu-se a classificar 30% do seu espaço marítimo como área protegida (AMP) até 2030, o que, na verdade, será apenas um reforço do compromisso que já havia sido assumido em datas anteriores. Em junho, no âmbito da Conferência das Nações Unidas para o Oceano, Portugal já tinha estabelecido que iria classificar pelo menos 14% do espaço marítimo como AMP.

Segundo a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, num discurso citado pelo diário Público, “as redes de áreas protegidas são a pedra angular das políticas de conservação da biodiversidade”. Ao garantir a “proteção de ecossistemas, habitats, espécies e recursos genéticos”, é possível proporcionar “uma ampla gama de benefícios para a sociedade e a economia”.

O ano de 2030 ficou também definido, para Portugal, como a meta para que pelo menos 10% da energia consumida seja produzida através de eólicas offshore ou através da energia das ondas. Este compromisso, já definido em 2017, tem por base o desenvolvimento de um modelo de financiamento sustentável, cujo objetivo é garantir que as energias renováveis oceânicas tenham capacidade para substituir 25% do consumo anual nacional de eletricidade.

Para além de Portugal, na reunião participaram países como a Noruega, Austrália, Japão, Quénia, México, Namíbia, Chile, Indonésia, Palau, Fiji, Gana, Canadá e Jamaica. No total, estes 14 países representam cerca de 30% das Zonas Económicas Exclusivas globais e 30% da linha costeira mundial.

“O Oceano tem um grande impacto nas alterações climáticas, constituindo-se como uma grande fonte de absorção de CO2, retendo 50 vezes mais dióxido de carbono do que a atmosfera. É por isso que o Oceano tem de ser central naquele que é o grande objectivo global da descarbonização e do combate às alterações climáticas”, defendeu a ministra do Mar.
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