Centenas de drones abatem-se sobre a Ucrânia, base aérea russa alvo de ataque

por Carlos Santos Neves - RTP
Moscovo afirma que foram abatidos 94 drones ucranianos durante a noite de sexta-feira e outros 12 na manhã deste sábado Serhii Korovainyi - Reuters

O Estado-Maior ucraniano reivindicou este sábado um ataque à base aérea de Borisoglebsk, no coração da denominada Rússia europeia. Durante a noite, a máquina de guerra de Moscovo voltou a bombardear, por sua vez, a Ucrânia com uma vaga de centenas de drones.

Borisoglebsk, na região russa de Voronezh, é descrita como a base dos caças russos Su-34, Su-35S e Su-30SM. Segundo o Estado-Maior das forças ucranianas, citado pela Associated Press, o ataque das últimas horas visou um depósito de bombas planadoras, um avião de treino e "possivelmente outros aviões".Recorde-se que, em junho, Kiev reivindicou a destruição de mais de 40 aviões de combate russos em diferentes bases do território russo - uma operação levada a cabo com drones transportados em segredo por via terrestre.

A Força Aérea ucraniana deu conta do lançamento noturno de pelo menos 322 drones russos. Foram abatidos 157 destes aparelhos e outros 135 são dados como "perdidos" - o que aponta para eventuais bloqueios eletrónicos.

O principal alvo desta vaga de drones da Rússia foi a região de Khmelnytsky, no oeste da Ucrânia. O governador local, Serhii Tyurin, veio já a público para excluir quaisquer danos, feridos ou mortos.

Na sexta-feira, sucessivas vagas de drones e mísseis abateram-se sobre a capital ucraniana, Kiev, naquele que entretanto retratado como o maior ataque do género desde os primeiros momentos da invasão russa, em fevereiro de 2022. O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, atualizou este sábado o balanço de vítimas para dois mortos e 26 feridos.Moscovo afirma que foram abatidos 94 drones ucranianos durante a noite de sexta-feira e outros 12 na manhã deste sábado, sem notícia de vítimas.

Frente diplomática arrasta-se

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, adiantou, na sexta-feira, ter mantido uma conversa telefónica "muito importante e produtiva" com Donald Trump.

De acordo com Zelensky, foram abordadas com o presidente norte-americano possibilidades de reforço das defesas aéreas da Ucrânia, a eventual produção de armamento em conjunto e os diligências da Administração Trump para pôr termo à guerra a leste. "Tivemos um telefonema muito bom, eu acho", redarguiu Trump, questionado à noite sobre o telefonema referido pelo homólogo ucraniano.

O presidente dos Estados Unidos Trump disse ainda ter falado "muito" com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre "sanções bastante severas" que podem vir a ser aplicadas a Moscovo.

O facto é que o Pentágono acionou recentemente um travão ao abastecimento de armas para a Ucrânia, entre as quais mísseis defensivos, alegando a necessidade de repor os stocks norte-americanos. Volodymyr Zelensky espera que a Europa possa colmatar esta brecha e acena com projetos de desenvolvimento da indústria militar ucraniana. Todavia, reconhece que este será sempre um processo demorado.

c/ agências

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