Centenas já se concentram na Machava para a festa moçambicana

Centenas de pessoas concentram-se desde as primeiras horas na envolvente do Estádio da Machava, arredores de Maputo, local onde em 1975 foi proclamada a independência de Moçambique e que recebe hoje as comemorações dos 50.º aniversário.

Lusa /

No estádio, reabilitado nos últimos meses para receber as cerimónias de hoje, ultimam-se desde o nascer do dia os últimos preparativos, da limpeza à decoração das estruturas, enquanto a população vai tomando lugar, a mais de três horas do início, e grupos de artistas chegam ao local para a festa que se vai prolongar durante todo o dia.

"É o dia da nossa festa", contam os populares, que começam a tomar lugar num dos topos do estádio, enquanto no exterior dezenas de barracas vendem comida, preparada durante toda a noite, bem como produtos tradicionais.

No local, há reforço de segurança, mas sem registo de agitação ou incidentes.

Moçambique celebra hoje os 50 anos de independência, com a cerimónia principal, em Maputo, prevista para arrancar depois das 10:30 locais (09:30 em Lisboa), dirigida pelo Presidente da República, Daniel Chapo, e com a presença de 32 chefes de Estado, incluindo o de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

Vão participar na cerimónia igualmente os antigos Presidentes moçambicanos Joaquim Chissano, Armando Guebuza e Filipe Nyusi.

As cerimónias centrais vão decorrer no histórico Estádio da Machava, local onde o primeiro Presidente do país, Samora Machel, proclamou a independência às primeiras horas de 25 de junho de 1975, após uma luta contra o regime colonial português que começou em 25 de setembro de 1964.

Além do discurso oficial do Presidente da República, a cerimónia inclui desfiles militares, momentos culturais, uma mensagem dos representantes dos cidadãos que completam 50 anos de idade (mesmo período da independência) e uma intervenção do líder do Podemos, enquanto maior partido da oposição.

São esperadas pelo menos 40.000 pessoas no Estádio da Machava, que tem capacidade oficial para 45.000 pessoas, num evento marcado também pela chegada da chama da unidade, depois de percorrer todo o país, desde 07 de abril. A chama será utilizada nesse momento, pelo chefe de Estado, para acender a pira do estádio.

À chegada a Maputo, ao início da noite de terça-feira, o Presidente da República Portuguesa disse ver Moçambique a "olhar para o futuro", após a agitação pós-eleitoral, comemorando 50 anos de independência, e anunciou que receberá o homólogo moçambicano em Lisboa em 03 de julho.

"Satisfeito por ver um país que está a olhar para o futuro, que olha para o futuro com um clima que quer que seja de desenvolvimento económico e social, de desenvolvimento financeiro, de progresso, de Justiça e, portanto, naturalmente, também de estabilidade política e institucional", disse Marcelo Rebelo de Sousa questionado pela Lusa, à chegada a Maputo, sobre a pacificação que se vive em Moçambique, desde março, após cinco meses de agitação pós-eleitoral que provocou cerca de 400 mortos.

 

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