Cessar-fogo em Gaza. Reféns começam a ser libertados no domingo

por Cristina Santos - RTP
Refugiados palestinianos em Khan Younis após ataque aéreo israelita Reuters

O Ministério português dos Negócios Estrangeiros adianta à RTP que na lista de reféns está um cidadão com nacionalidade portuguesa e outros dois com ligações ou eventuais ligações a Portugal. Ainda assim, o MNE admite que é melhor aguardar porque estas informações estão sujeitas a eventual retificação.

O gabinete do primeiro-ministro israelita adiantou que a libertação dos reféns detidos em Gaza desde o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, deverá começar no domingo.

No comunicado, que a France Presse está a divulgar, pode ler-se que “sujeito à aprovação do gabinete (de segurança) e do governo, e à implementação do acordo, a libertação dos reféns pode prosseguir de acordo com o quadro planeado”. “Esperamos que os reféns sejam libertados já no domingo”, escreve o gabinete de Benjamin Netanyahu.
Isto numa altura em que o gabinete de segurança está reunido, como revela o gabinete de Netanyahu na rede social X.

Este encontro antecede a reunião do Governo "para aprovar o acordo" de cessar-fogo que foi assinado durante a madrugada desta sexta-feira. Após o Hamas ter feito algumas exigências, na quinta-feira, que levaram o governo israelita a adiar a aprovação do acordo.

No entanto, ninguém arrisca garantir o que vai acontecer até porque Benjamin Netanyahu teve que convencer os ministros radicais do Governo. Tanto o responsável pelas Finanças como o ministro da Segurança Nacional estão contra o acordo de cessar-fogo e tem pairado a ameaça de demissão.

Isso mesmo foi admitido pelo líder do partido Religioso Sionista, de extrema-direita, (o partido do ministro das Finanças, Bezalel Smotrich) à BBC. Ohad Tal afirmou que “queremos ter a certeza de que voltaremos a combater o Hamas, que temos um plano para terminar o trabalho e garantir que o Hamas será eliminado”.

Portanto, os ministros radicais e de extrema-direita vão permanecer no governo se conseguirem algumas destas garantias, caso contrário não fará “sentido permanecer” no Executivo.

O acordo de cessar-fogo, entre os negociadores que representaram o Hamas e Israel, para a libertação dos reféns foi assinado nas últimas horas.

De acordo com um comunicado do gabinete de Netanyahu, as famílias dos reféns já foram informadas e estão a preparar o regresso deles a Israel.
Também o Hamas diz, em comunicado, que os obstáculos que surgiram sobre os termos do acordo de cessar-fogo em Gaza foram ultrapassados.

O acordo, depois de aprovado pelo Governo de Israel, entra em vigor no domingo às 10h15 da manhã (hora de Portugal continental). A primeira parte, de três fases que estão previstas, vai durar 42 dias.
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