Charlie Hebdo acusado de mostrar "ódio" ao publicar cartoon de Maomé

por Lusa

Jeddah, 18 jan (Lusa) -- A Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), sediada na Arábia Saudita, considerou hoje que o jornal Charlie Hebdo demonstrou "ódio" ao incluir um cartoon de Maomé na primeira página da edição publicada após o atentado de 07 de janeiro.

A organização solicitou, todavia, "moderação" aos muçulmanos, na sequência dos protestos, por vezes violentos, que se seguiram ao lançamento do primeiro número do Charlie Hebdo após o ataque que matou 12 pessoas da publicação.

As manifestações mais violentas tiveram lugar no Níger, onde dez pessoas morreram e pelo menos oito igrejas foram queimadas.

A Comissão de Direitos Humanos da OCI, que inclui especialistas dos 57 Estados-membros da organização e que classificou como "bárbaro" o ataque ao semanário humorista, considera, porém, que a caricatura de Maomé na capa da mais recente edição do Charlie Hebdo é "intolerante, desrespeitosa e um sinal de ódio e de insensibilidade" para com os muçulmanos.

O primeiro número do Charlie Hebdo a sair após os atentados em Paris tem na primeira página um desenho do profeta Maomé com um cartaz onde se lê "Eu sou Charlie", o que a Comissão da OCI lamentou "profundamente", considerando que a publicação "ridiculariza as mais veneradas figuras da religião muçulmana".

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