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Cimeira UE. Assinatura do acordo com Mercosul adiada para janeiro
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou esta quinta-feira os líderes da União Europeia, reunidos em Bruxelas, que a assinatura do acordo entre a UE e o Mercado Comum do Sul (Mercosul) vai ser adiada para janeiro.
Ursula von der Leyen esperava assinar o acordo de comércio livre no sábado, durante a cimeira do Mercosul na cidade brasileira de Foz do Iguaçu. No entanto, necessitava da aprovação prévia de uma maioria qualificada dos 27 Estados-membros em Bruxelas, o que não obteve, sobretudo devido à oposição da França e da Itália.
O Mercosul é constituído pelo Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
O presidente brasileiro, Lula da Silva, abriu caminho a este adiamento algumas horas antes, após um telefonema com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que lhe pediu "paciência", assegurando-lhe que a Itália acabaria por apoiar o acordo.
Lula ia transmitir na cimeira de sábado um pedido de Meloni para adiar a assinatura do acordo. "Ela disse-me que não se opunha; só precisa de resolver alguns problemas políticos com os agricultores italianos, mas está confiante de que conseguirá convencê-los a aceitar o acordo", disse o chefe de Estado do Brasil. Um grupo de países, liderado pela França, rejeita o acordo, tendo a Itália um papel decisivo para que haja uma minoria de bloqueio, dado que é preciso uma representação de 65 por cento da população da UE.
Este novo adiamento representa um revés para a Comissão Europeia, a Alemanha e a Espanha, que estavam a pressionar para a assinatura do acordo nos próximos dias.
Negociado ao longo de mais de 25 anos, este acordo de comércio livre permitiria à UE exportar mais veículos, máquinas, vinhos e bebidas alcoólicas para a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Em contrapartida, facilitaria a entrada na Europa de carne, açúcar, arroz, mel e soja sul-americanos, alarmando os setores envolvidos.
Lula ia transmitir na cimeira de sábado um pedido de Meloni para adiar a assinatura do acordo. "Ela disse-me que não se opunha; só precisa de resolver alguns problemas políticos com os agricultores italianos, mas está confiante de que conseguirá convencê-los a aceitar o acordo", disse o chefe de Estado do Brasil. Um grupo de países, liderado pela França, rejeita o acordo, tendo a Itália um papel decisivo para que haja uma minoria de bloqueio, dado que é preciso uma representação de 65 por cento da população da UE.
Este novo adiamento representa um revés para a Comissão Europeia, a Alemanha e a Espanha, que estavam a pressionar para a assinatura do acordo nos próximos dias.
Negociado ao longo de mais de 25 anos, este acordo de comércio livre permitiria à UE exportar mais veículos, máquinas, vinhos e bebidas alcoólicas para a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Em contrapartida, facilitaria a entrada na Europa de carne, açúcar, arroz, mel e soja sul-americanos, alarmando os setores envolvidos.
O bloco sul-americano tem pressionado pela assinatura do acordo, sob a ameaça de dar prioridade a outras geografias nas relações comerciais.
"Se [o acordo] não for concluído, não há mais nada a negociar e vamos direcionar a nossa atenção e energia para outros parceiros importantes que estão na fila", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Mauro Vieira, alertando que passarão a dar prioridade às negociações comerciais com aqueles que demonstraram um "grande interesse" em estreitar laços com o Mercosul.
Mauro Vieira atribuiu a rejeição de França e Itália às pressões dos setores agrícolas, que temem perder mercado e competitividade face aos produtos do Mercosul, integrado pela Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, com a Bolívia em processo de adesão.
Agricultores em protesto
Enquanto decorria a cimeira, milhares de agricultores manifestavam-se em Bruxelas contra o acordo com o Mercosul.
"Se [o acordo] não for concluído, não há mais nada a negociar e vamos direcionar a nossa atenção e energia para outros parceiros importantes que estão na fila", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Mauro Vieira, alertando que passarão a dar prioridade às negociações comerciais com aqueles que demonstraram um "grande interesse" em estreitar laços com o Mercosul.
Mauro Vieira atribuiu a rejeição de França e Itália às pressões dos setores agrícolas, que temem perder mercado e competitividade face aos produtos do Mercosul, integrado pela Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, com a Bolívia em processo de adesão.
Agricultores em protesto
Enquanto decorria a cimeira, milhares de agricultores manifestavam-se em Bruxelas contra o acordo com o Mercosul.
Pneus em chamas, batatas e outros objetos foram arremessados, sendo recebidos com jatos de água e gás lacrimogéneo pela polícia. A situação era particularmente tensa em torno das instituições europeias, que estavam protegidas por uma forte presença policial.
Segundo a polícia de Bruxelas, 7.300 pessoas, com cerca de meia centena de tratores, participaram na manifestação autorizada, que foi maioritariamente pacífica. Centenas de tratores bloquearam estradas de acesso à capital belga.
No início da semana, o Parlamento Europeu aprovou as cláusulas de salvaguarda para os produtores europeus, que inclui a monitorização das flutuações do mercado e a possibilidade de aplicar taxas alfandegárias unilaterais para evitar que os produtores dos 27 sejam prejudicados pelas importações provenientes dos países do Mercosul.
Mesmo assim, os países sul-americanos do Mercosul são acusados por muitos agricultores europeus de não respeitarem as normas ambientais e sociais a que eles próprios estão sujeitos, criando assim uma oportunidade para vender produtos mais baratos.
Os agricultores contestam também a proposta da Comissão Europeia para a próxima Política Agrícola Comum (PAC), que prevê cortes no orçamento.
c/agências