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Cisjordânia. Portugal condena ataque e convoca embaixador de Israel

por RTP
A delegação de diplomatas em Jenin momentos antes dos disparos por parte de soldados israelitas Mohammad Mansour - AFP

"Portugal condena liminarmente o ataque do exército israelita à comitiva diplomática que visitou Jenin, na Cisjordânia", referiu um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros enviado às redações esta quarta-feira.

Uma delegação de embaixadores foi alvo há algumas horas de disparos do exército israelita no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia. 

Bruxelas pediu a Israel que investigue o ataque à delegação de diplomatas.

O "ataque", como lhe chamou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade palestiniana, que o exército israelita descreve como "disparos de advertência", tem estado a ser condenado por vários países, além de Portugal.

"Nesta comitiva seguiam mais de 20 diplomatas e representantes de órgãos de comunicação social, entre eles, o embaixador Frederico Nascimento, chefe da missão diplomática em Ramallah, que se encontra a salvo", referiu o comunicado do MNE. 

"Perante este incidente, que põe em causa o Direito Internacional, o Embaixador de Israel em Portugal já foi convocado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros", acrescentou o ministério.

O ministro dos Negócios Estrangeiros já tinha expressado na rede X a sua solidariedade com os diplomatas.
A agência palestiniana de notícias adiantou que neste ataque havia pelo menos dois militares israelitas a dispararem em direção ao grupo de diplomatas enquanto estavam a ser entrevistados.

As autoridades palestinianas garantem que o grupo de diplomatas que foi alvo dos disparos estava em missão oficial para um retrato da situação humanitária da cidade da Cisjordânia ocupada. Kaja Kallas, alta representante da UE para política externa, diz a partir de Bruxelas que qualquer ameaça contra a vida de diplomatas é "inaceitável".

Em comunicado, o exército israelita diz ter feito tiros de aviso contra a delegação porque os diplomatas se desviaram do itinerário previamente aprovado para a visita organizada pela Autoridade Palestiniana.
O exército israelita garante que os diplomatas estavam numa zona onde não tinham autorização para estar, tendo os soldados israelitas efetuado disparos para os avisar disso mesmo.

No comunicado, o exército de Israel lamentou qualquer desentendimento que possa ter surgido por causa dos disparos e anunciou que em breve terá lugar uma reunião com os diplomatas presentes nesta delegação.

A missão integrava diplomatas e 27 países, incluindo 14 países da União Europeia: Portugal, Áustria, Bulgária, Espanha, Lituânia, Polónia, Roménia, França, Países Baixos, Finlândia, Itália, Alemanha, Dinamarca e Bélgica.

A delegação tinha ainda diplomatas do Canadá, do Reino Unido, da Rússia e dos países latino-americanos Chile, México e Uruguai, bem como dos países árabes Jordânia, Marrocos, Turquia e Egito. Do continente asiático, estavam presentes diplomatas da China, da Coreia do Sul e do Japão.

De acordo com a lista, a visita incluiu também representantes do Programa Alimentar Mundial (PAM) e da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA).

Com agências
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