Cisjordânia. Vários mortos em grande operação do exército israelita

As forças israelitas atacaram esta segunda-feira com drones a cidade palestiniana de Jenin, na Cisjordânia. A operação contou com centenas de militares e está a ser vista como a maior ofensiva dos últimos anos neste território. Há pelo menos sete mortos e 28 feridos registados, com o Ministério palestiniano da Saúde a prever que os números venham ainda a aumentar.

Joana Raposo Santos - RTP /
O ataque começou durante a madrugada e arrastou-se até à manhã desta segunda-feira. Mohamad Torokman - Reuters

O ataque começou durante a madrugada e arrastou-se até à manhã desta segunda-feira, quando foram usados drones e explosivos. Terão estado envolvidos entre mil a dois mil militares.

As Forças de Defesa de Israel avançaram entretanto que o alvo era um grande posto de comando do grupo militante Brigada de Jenin, localizado num campo de refugiados que abriga cerca de 14 mil pessoas. O posto encontra-se junto de duas escolas e de instalações de saúde.

É também neste campo que se encontram centenas de membros dos movimentos Hamas, Jihad Islâmica e Fatah, possuindo armas e um crescente arsenal de explosivos. Um porta-voz do presidente palestiniano Mahmoud Abbas considerou a operação israelita “um novo crime contra o povo indefeso” da região.

Os militares israelitas disseram que no ataque da última noite apreenderam um lançador de rockets e atingiram instalações de produção de armas e armazenamento de explosivos.

“O que está a acontecer no campo de refugiados é uma verdadeira guerra”, disse à agência Reuters um condutor de ambulâncias. “Houve ataques aéreos. Estamos a enviar cinco a sete ambulâncias de cada vez ao local e elas regressam cheias de pessoas feridas”.

A operação israelita em Jenin originou protestos na Cisjordânia durante a noite, contabilizando-se um morto em confrontos com o exército. Os sistemas de defesa aérea de Israel estão já em alerta para potenciais ataques retaliatórios palestinianos.
Campo de refugiados tornou-se “ninho de vespas”
À exceção de um ataque no mês passado, desde 2006 que os militares israelitas não utilizavam drones na Cisjordânia. Agora, graças à escalada da violência, um porta-voz do exército avisou que a tática pode continuar.

“Estamos realmente sobrecarregados”, avançou aos jornalistas. “É por causa da escalada. E, mais uma vez, acreditamos que isto acabará por minimizar o conflito”, acrescentou, dizendo ainda que os mais recentes ataques foram baseados em “dados precisos de inteligência”.

O mesmo porta-voz indicou que o objetivo era ajudar “a quebrar a mentalidade de que o campo de refugiados é um porto seguro, quando na verdade se tornou um ninho de vespas”.

Em resposta, o grupo Jihad Islâmica garantiu que “a resistência vai confrontar o inimigo e defender o povo palestiniano”, sendo que “todas as opções estão em aberto para atacar e responder à agressão em Jenin”.

O Ministério da Defesa de Israel disse, por sua vez, estar a “monitorizar de perto a conduta dos inimigos”, estando as forças “prontas para quaisquer cenários”.

c/ agências
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