Há fumo negro no Vaticano
À tarde, o resultado das votações dos cardeais será conhecido pelas 17h30 (16h30) e 19h00 (18h00).
Os primeiros momentos do Conclave da sucessão de Francisco
Foto: Amanda Perobelli - Reuters
Milhares de pessoas reúnem-se na Praça de São Pedro à espera do primeiro fumo
Há quatro nomes apontados para suceder ao papa Francisco
"Extra omnes". Começou oficialmente o Conclave para eleger o novo Papa
Começou oficialmente o Conclave. O mestre das celebrações litúrgicas pontifícias, Diego Ravelli, pronunciou as palavras "Extra Omnes", que significam "todos para fora". Os presentes abandonaram a Capela Sistina, as portas fecharam-se e foram trancadas e deu-se então início ao Conclave.
Cardeais portugueses já fizeram voto de juramento
Cardeais fazem juramento de secretismo
Arranca o Conclave
Começou cedo o ritual que dá início ao Conclave
No interior da Capela Sistina, palco da eleição do Papa
Foto: Vatican Media via EPA
Reportagem dos enviados especiais da RTP ao Vaticano Rosário Salgueiro e Paulo Domingos Lourenço.
Milhares de peregrinos estão a chegar à Praça de São Pedro
Cardeais regressam ao início da tarde à Capela Sistina
Conclave. Quinze dos 133 cardeais estiveram em Fátima em grandes peregrinações
Além dos quatro cardeais portugueses - António Marto (bispo emérito da Diocese de Leiria-Fátima, Américo Aguiar (bispo de Setúbal e principal responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude, em 2023, em Lisboa, com o Papa Francisco), Tolentino Mendonça (prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé) e Manuel Clemente (patriarca emérito de Lisboa) -, já presidiram a grandes peregrinações naquele templo mariano (nos dias 12 e 13 dos meses de maio a outubro) outros 11 cardeais.
Segundo informação do Santuário de Fátima, entre os cardeais eleitores de língua portuguesa que já estiveram na Cova da Iria nas peregrinações com maior participação de fiéis contam-se também Arlindo Gomes Furtado (bispo de Santiago, Cabo Verde), Leonardo Steiner (arcebispo de Manaus, Brasil), Orani João Tempesta (arcebispo do Rio de Janeiro, Brasil), Sérgio da Rocha (arcebispo de Salvador da Bahia, Brasil) e João Braz de Avis (cardeal brasileiro que foi prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedade de Vida Apostólica).
Jean Claude Hollerich (arcebispo do Luxemburgo e presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia) e Juan Jose Omella (arcebispo metropolita de Barcelona, Espanha) presidiram igualmente a grandes peregrinações ao Santuário de Fátima, assim como o italiano Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e considerado um dos favoritos à sucessão de Francisco (1936-2025) na bolsa de apostas.
Pietro Parolin presidiu a duas peregrinações no Santuário de Fátima, tendo estado ainda no templo por ocasião da visita do Papa Francisco a Fátima, em maio de 2017, no centenário dos acontecimentos na Cova da Iria e canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.
De outras geografias, os cardeais Luis Antonio Tagle (das Filipinas, prefeito do Dicastério para a Evangelização e também um dos `papabili`), Filipe Néri Ferrão (arcebispo de Goa e Damão, Índia) e Peter Turkson (arcebispo emérito de Cape Coast, no Gana, e chanceler das pontifícias academias das Ciências e das Ciências Sociais) marcaram presença no Santuário de Fátima na presidência de grandes peregrinações.
Na mesma informação, o Santuário de Fátima adiantou que no templo "todas as missas oficiais são hoje celebradas com a intenção da eleição do Sumo Pontífice e, a partir do início do Conclave e até que seja eleito o novo Papa, os peregrinos são convidados a rezar para que o Espírito Santo inspire e guie os cardeais eleitores, em todas as missas e momentos de oração".
Já no dia da eleição, "o Santuário de Fátima expressará a sua alegria com toque festivo dos sinos da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima", acrescentou.
Desinformação pretende desacreditar candidatos
De acordo com o meio de comunicação, “a ocasião tem sido manchada por uma séria de falsas alegações e teorias da conspiração que têm circulado na internet nas últimas semanas”.
Por exemplo, no dia 21 de abril, uma notícia falsa com o título “Breaking: cardeal Tagle eleitor Papa Luís I” afirmava que o cardeal Luís António Tagle, das Filipinas, tinha sido escolhido.
Em rede sociais como o TikTok e o Facebook também têm circulado alegações falsas de que o cardeal Robert Sarah – considerado um dos favoritos entre os cardeais mais conservadores – foi eleito Papa, sendo que uma publicação com origem numa conta falsa afirmava: “Notícia de última hora: novo papa acaba de ser anunciado”.
Esta publicação era acompanhada por uma fotografia gerada por inteligência artificial (IA) que mostrava o cardeal Sarah com as vestes papais, tendo como pano de fundo o Vaticano.
Uma pesquisa reversa pela imagem mostra que não há provas publicadas de que o cardeal Sarah tenha alguma vez usado o traje, e a fotografia é assinalada como tendo sido manipulada por IA por três ferramentas de deteção de IA consultadas pela EuroVerify.
Neste sentido, todas as alegações deste género não são verdadeiras, pois só hoje é que o conclave se reunirá para decidir quem assumirá o cargo de novo líder da igreja católica.
Outro cardeal considerado um dos favoritos para ser o próximo Papa é o italiano Pietro Parolin, que também foi alvo de uma série de notícias falsas sobre o declínio da sua saúde, tendo os meios de comunicação italianos amplificado esta notícia com origem em ‘sites’ norte-americanos.
Um porta-voz da sala de imprensa da Santa Sé, citado pela EuroVerify, desmentiu estas afirmações durante uma conferência de imprensa na sexta-feira, ao mesmo tempo que um comunicado referia que "durante o encontro com os jornalistas, o diretor de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, refutou a hipótese de o cardeal Pietro Parolin ter adoecido, especificando que tal incidente não tinha ocorrido. Negou também o envolvimento de pessoal médico ou de enfermagem".
Também tem circulado na internet uma imagem falsa que imita um artigo de opinião do jornal britânico The Guardian intitulado: “O próximo Papa tem de ser muçulmano ou haverá violência nas ruas da Europa”.
Este artigo é falsamente atribuído à jornalista Yasmin Alibhai-Browm, tendo a jornalista como o jornal desmentido a publicação que nunca existiu.
Missa "Pro Eligendo Romano" terminou
Decano dos Cardeais pede que seja eleito papa que a humanidade precisa
Cardeais pedem clarividência para o Conclave
Pelas 15h15, os cardeais reúnem-se em oração na Capela Paulina do Palácio Apostólico. Dirigem-se depois em cortejo para a Capela Sistina.
Esta quarta-feira haverá apenas uma votação, durante a tarde. O resultado - fumo branco ou negro - será conhecido entre e 16h30 e as 17h30, hora de Lisboa. Passos detalhados pelos enviados especiais da RTP à Santa Sé.
Missa "Pro Eligendo Romano" antecede Conclave
A missa "Pro Eligendo Romano" realiza-se na Basílica de São Pedro, a partir das 9h00 de Lisboa, sendo então presidida pelo decano do Colégio de Cardeais.
Durante a tarde, os 133 cardeais eleitores recolhem à Casa Apostólica de Santa Marta, no interior da Santa Sé. Às 16h30, em procissão, reúnem-se na Capela Sistina para o início do Conclave, procedendo à primeira votação.
A ordem de votação está estabelecida, segundo a precedência de cada cerdeal na hierarquia do Vaticano. No caso dos portugueses, o patriarca emérito de Lisboa Manuel Clemente fica com o número 38. Seguem-se António Marto (59.º), Américo Aguiar (97.º) e Tolentino de Mendonça (118.º).
Sucessão de Francisco. Começa o Conclave para a eleição do novo Papa
O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e um dos favoritos para sucessor de Francisco, vai presidir ao Conclave.
Encerrado o período de luto pela morte do papa Francisco, dá-se início à eescolha do futuro líder da Igreja Católica, processo que chama cardeais de todos os locais do mundo à Capela Sistina, espaço histórico que acolhe conclaves desde 1492. Esta tradicional etapa começa cerca de 15 a 20 dias após a vacância do papado, dando tempo para os cardeais eleitores chegarem ao Vaticano.
Durante a fase pré-Conclave decorrem Congregações Gerais, nas quais os cardeais – que têm de ter menos de 80 anos na data da morte ou renúncia do Papa – debatem o estado da Igreja e preparam a reunião decisiva. Os cardeais com mais de 80 anos não podem votar, mas podem estar nas congregações gerais antes do conclave.Foi nestas reuniões, em 2013, que o então cardeal Jorge Mario Bergoglio abordou a necessidade de a Igreja ir às "periferias existenciais" para encontrar os que sofrem, num discurso improvisado que ajudou à eleição.
O Vaticano realizou dez Congregações Gerais de cardeais, nos últimos dias antes do Conclave, de forma a que os eleitores se conheçam e percebam o que cada um deles defende para o futuro da Igreja Católica. Este ano, as primeiras Congregações Gerais foram dedicadas à gestão corrente da Santa Sé, a definição do funeral de Francisco ou a indicação dos principais celebrantes das cerimónias, mas na semana passada os temas começaram a mudar e os cardeais foram chamados a tomar posições sobre políticas concretas sobre o futuro da Igreja.
Antes do início do Conclave, na tarde desta quarta-feira, os cardeais participam numa missa celebrada pelo cardeal decano do colégio cardinalício, Giovanni Battista Re, na Basílica São Pedro. Os cardeais da Igreja latina vestem trajes vermelhos, simbolizando o sangue de Cristo e dos mártires. E os cardeais das Igrejas orientais usam trajes próprios.
A palavra conclave tem origem do latim "cum" (com) e "clavis" (chave), ou seja, "local fechado à chave". O que explica o processo de escolha na sucessão do Papa seja realizado no maior segredo, sob pena de excomunhão.
Alojados, na sua maioria, na Casa de Santa Marta, no Vaticano, os cardeais não podem ler jornais, ouvir rádio ou ver televisão enquanto decorre o Conclave. O acesso à Internet está também proibido, assim como o uso de telefones, com exceção para "razões muito graves e urgentes". Rituais do Conclave
As cerimónias do Conclave começam pelas 16h30 (hora local) com uma procissão que sai da Capela Paulina do Palácio Apostólico, com os cardeais eleitores acompanhados pelo canto das ladainhas, até à Capela Sistina, onde será pronunciado o juramento de segredo antes da eleição - à porta fechada.
Depois de o mestre das celebrações litúrgicas pontifícias, Diego Ravelli, pronunciar as palavras "Extra Omnes", que significam "todos para fora", os presentes abandonam a Capela Sistina para dar início ao processo de votação. Cada cardeal está identificado e a reunião termina assim que o Papa é eleito.
Os espaços do Conclave serão fechados e os cardeais votam em boletins secretos. Em teoria, é proibido votar em si mesmo. E se nenhum conseguir dois terços dos votos, ou pelo menos 89, os eleitores passam imediatamente a uma segunda votação. O processo prevê quatro escrutínios por dia - dois de manhã e dois à tarde - até que seja eleito e proclamado um novo líder da Igreja Católica. Se passarem três dias e não houver resultados, o escrutínio é interrompido para um dia de orações. Em seguida, recomeçam as votações até que haja uma eleição.
Os boletins de voto são perfurados e queimados num forno cilíndrico no final da sessão de votação, existente na Capela Sistina e visível da praça de São Pedro. Da chaminé deve sair fumo negro se ainda não houver um eleito e fumo branco em caso de eleição - produzidos com a adição de cartuchos químicos, para eliminar qualquer confusão quanto à cor. Quando for eleito o sucessor de Francisco também vão tocar sinos.
O primeiro sinal de fumo deverá sair da Capela Sistina a partir das 19h00 desta quarta-feira. Cardeais portugueses na eleição
Há quatro cardeais eleitores que Portugal tem pela primeira vez e que se estreiam também num Conclave papal, desta vez para escolher o sucessor de Francisco. Além dos quatro cardeais eleitores portugueses - António Marto, Américo Aguiar, Manuel Clemente e Tolentino de Mendonça – existem outros nove lusófonos: sete brasileiros, um cabo-verdiano e um timorense.
Todos os dias serão feitas quatro votações. O resultado deste Conclave é esperado um pouco por todo o mundo, numa votação com o maior número de cardeais eleitores.
Francisco morreu a 21 de abril, deixando um pontificado de 12 anos de grande popularidade, mas também marcado por uma feroz oposição interna.
Missa é um dos momentos solenes antes do recolhimento dos cardeais para escolher o Papa
Foto: Guglielmo Mangiapane - Reuters