Conclave Europeu reúne 50 figuras em Cascais para discutir desafios da Europa

por Lusa

Um grupo de 50 personalidades europeias reúne-se a partir de sexta-feira em Cascais no Conclave Europeu, iniciativa que visa identificar os desafios centrais do continente, e que irá submeter ao Conselho Europeu as suas conclusões.

Na primeira edição desta iniciativa -- organizada pelo `think-tank` EuropaNova e acolhida em Portugal pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa -- os participantes deslocam-se de vários países europeus com o propósito de analisar os desafios geopolíticos que se colocam em diferentes áreas, como a democracia ou a tecnologia.

"Nesta primeira edição queremos reunir vozes fortes do mundo e ouvi-las. Este é um conclave para ouvirmos ideias", disse à Lusa Guillaume Klossa, que preside à iniciativa Conclave Europeu e que hoje será recebido por Marcelo Rebelo de Sousa, antes de iniciar os trabalhos da conferência, que decorrem em Cascais entre sexta-feira e domingo.

O encontro reúne 50 figuras políticas, intelectuais, cientistas, empresários, artistas ou cidadãos que trazem a sua perspetiva para o que deve preocupar a Europa até 2040.

No final, a organização preparará um relatório que será partilhado com o Conselho Europeu, já em janeiro, e que procurará ser um contributo para uma reflexão sobre o projeto europeu.

"Teremos entre nós pessoas que conhecem bem esse projeto europeu e cuja participação poderá ajudar a compreender as questões-chave que se colocam nos próximos anos", explicou Klossa.

Entre os participantes estão figuras de diversas áreas de conhecimento, como Jank Bielicki, antigo primeiro-ministro da Polónia, Samantha Cristoforetti, astronauta da Agência Espacial Europeia; Mariya Gabriel, vice-primeira-ministra da Bulgária; Gundbert Scherf, fundador e CEO da Helsing AI; ou Virginijus Sinkevicius, comissário europeu para o Ambiente.

De Portugal, farão parte dos vários painéis de discussão Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, e António Vitorino, antigo comissário europeu e antigo diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações.

Os organizadores da iniciativa dizem pretender juntar personalidades com diferentes visões e perspetivas políticas e até ideológicas numa reflexão comum sobre "experiências para moldar uma nova visão de futuro", que implique algumas variáveis consideradas essenciais, como "um futuro sustentável, justo, coeso, competitivo, inovador e poderoso".

"O objetivo é desenvolver uma agenda estratégica centrada na preservação da integridade democrática da Europa e do bem comum dos seus povos, abordando imperativos essenciais para o futuro da Europa", conclui a organização do evento.

O Conclave Europeu propõe-se ainda "avaliar a posição e o papel da Europa no mundo", identificando os grandes desafios para as próximas duas décadas, mas reconhecem que o propósito central é "a resolução dos problemas", medindo a eficácia das soluções existentes e formulando propostas de longo prazo.

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