Fiambre, bacon, presunto, salsichas e hambúrgueres são algumas das carnes que mostram uma “ligação evidente” ao surgimento de cancro intestinal, segundo um relatório divulgado esta segunda-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A investigação detetou ainda a existência de propriedades cancerígenas em carnes vermelhas.
Na declaração da IARC, divulgada esta segunda-feira na revista científica Lancet Oncology, as carnes curadas e processadas são colocadas no “Grupo 1” de produtos cancerígenos, a par do álcool, tabaco e amianto. Já as carnes vermelhas surgem no “Grupo 2 A”, uma lista com produtos designados como “provavelmente cancerígenos para humanos”.
Em declarações à Agência Reuters, Kurt Straif, representante desta célula da OMS em Paris, refere que o risco de desenvolver cancro do cólon pelo consumo de carne processada é “pequeno”, mas aumenta consoante a quantidade de carne consumida por cada indivíduo.
Quanto às carnes vermelhas, incluindo carnes bovinas, suínas e borrego, o investigador referem que as evidências são, por enquanto, mais limitadas. Mas o grupo de cientistas encontrou ligações entre o consumo deste tipo de alimentícios e o cancro intestinal, pancreático e da próstata.
O documento conhecido hoje é o culminar de um ano de investigações de cientistas internacionais e acontece depois de vários avisos deixados pelas entidades de saúde. Tim Key, especialista em doenças cancerígenas e investigador na Universidade de Oxford, refere que “já se sabia há algum tempo a ligação provável entre carnes vermelhas, carnes processadas e cancros intestinais”.
Key refere que estas conclusões “não significam que devemos parar imediatamente de comer todas as carnes vermelhas ou processadas”, mas sim reduzir as quantidades ingeridas e apostar na diversificação e moderação da dieta.