Mundo
Guerra na Ucrânia
Conversa com Trump. Rússia "não vai desistir dos seus objetivos" na Ucrânia, afirmou Putin
O presidente russo, Vladimir Putin, falou esta quinta-feira ao telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e vincou que Moscovo "não vai desistir dos seus objetivos" em território ucraniano, ainda que esteja disponível para "continuar" negociações com Kiev, segundo anunciou o Kremlin. Já sobre a tensão entre Irão e Israel, o presidente russo insistiu na importância de uma solução "diplomática" para o conflito.
Em declarações citadas pelas agências internacionais, o conselheiro diplomático de Putin, Yuri Ushakov, adiantou que o líder russo afirmou perante o homólogo norte-americano que pretende "eliminar as causas profundas e conhecidas que levaram à situação atual".
Moscovo exige que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas pelos russos após a invasão russa de fevereiro de 2022, para além da Crimeia, anexada em 2014. A Rússia exige ainda que Kiev renuncie à adesão à NATO, condições que são consideradas inaceitáveis por parte da liderança ucraniana.
A conversa entre Donald Trump e Vladimir Putin durou cerca de uma hora e foi descrita como um diálogo "franco" pelo conselheiro diplomático do presidente russo.
Vladimir Putin afirmou ainda neste telefonema que a Rússia "continua a procurar uma solução política e negociada para o conflito" e que Moscovo está disponível "para continuar o processo negocial" iniciado em Istambul".
Recorde-se que houve já duas rondas de negociações entre os representantes da Rússia e Ucrânia naquela cidade turca, resultando sobretudo na troca de prisioneiros de guerra e corpos de soldados mortos em combate.
O Kremlin adiantou ainda que Trump propôs a Putin um rápido fim das hostilidades na Ucrânia. "Trump voltou a levantar a questão de um rápido fim das hostilidades" na Ucrânia, acrescentou Ushakov.
De acordo com este responsável, a decisão norte-americana de suspender o envio de algumas armas para Kiev não foi discutida nesta conversa.
Resolver situações "exclusivamente por meios diplomáticos"
Para além da guerra na Ucrânia, os dois líderes também discutiram a
situação no Médio Oriente e as relações entre Moscovo e Washington.
Sobre a recente guerra que opôs Irão e Israel, o presidente russo salientou "a importância de resolver todas as questões litigiosas, divergências e situações conflituosas exclusivamente por meios políticos e diplomáticos", adiantou Yuri Ushakov.
A respeito da relação entre Washington e Moscovo, os dois presidentes "confirmaram o seu interesse mútuo na implementação de uma série de projetos económicos promissores, nomeadamente nas áreas da energia e da investigação espacial".
Vladimir Putin felicitou ainda o presidente norte-americano pelo Dia da Independência dos Estados Unidos, que se assinala esta sexta-feira, dia 4 de julho. O presidente russo destacou mesmo o papel da Rússia na guerra da independência e na guerra civil norte-americana e vincou que as relações entre os dois países têm "raízes profundas".
O presidente russo parabenizou também Donald Trump pela recente aprovação pelo Senado norte-americano do polémico plano fiscal da Administração Trump, conhecida como a "grande e bela" lei.
Segundo Yuri Ushakov, o presidente norte-americano mencionou essa aprovação e de seguida "Vladimir Putin desejou a Donald Trump sucesso nas mudanças que se propõe"