A Cruz Vermelha da China anunciou uma doação de 50 mil dólares (46.200 euros) à Cruz Vermelha de Moçambique para apoiar trabalhos de resgate e socorro após a passagem do ciclone Freddy.
Cruz Vermelha Chinesa doa 46 mil euros às vítimas de ciclone em Moçambique
A Cruz Vermelha da China disse ter decidido "proporcionar assistência humanitária de emergência em forma de dinheiro" às congéneres de Moçambique e do Maláui, a qual irá receber 100 mil dólares (92.400 euros).
Num comunicado, a mesma institituição acrescentou que irá "continuar a acompanhar a situação e fornecer assistência de acordo com as suas capacidades", sublinhando as "pesadas baixas e danos materiais" causados pelo Freddy.
A doação surgiu no mesmo dia em que o líder da China, Xi Jinping, enviou mensagens de condolências ao presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, pelas mortes em resultado da passagem do ciclone tropical.
O número de mortos em Moçambique em resultado da passagem do ciclone tropical Freddy subiu para 165, disse na quarta-feira o Programa Alimentar Mundial.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou na quinta-feira que o Freddy matou 605 pessoas em Moçambique, Maláui e Madagáscar, devendo o número de óbitos aumentar, porque 282 pessoas estão dadas como desaparecidas.
Balanço trágico
O balanço foi dado pela diretora da OMS para África, Matshidiso Moeti, durante uma conferência de imprensa "online" sobre a situação humanitária provocada pelo ciclone Freddy.
Moeti avançou que o temporal feriu 1.400 pessoas nos três países e destruiu mais de 300 unidades de saúde, "sobrecarregando a capacidade dos sistemas de saúde" dos países afetados.
Escolas, estradas e outras infraestruturas também foram destruídos ou danificados pelo Freddy, acrescentou.
A diretora da OMS para África assinalou que uma extensa área de culturas agrícolas ficou inundada, criando o receio de fome nas comunidades afetadas.
No total, prosseguiu, quase 1,4 milhões de pessoas foram afetadas pela passagem do temporal.
"Temos de aumentar a assistência humanitária para ajudar as populações atingidas a lidar com a emergência e na recuperação", enfatizou.
O ciclone atingiu pela primeira vez a costa oriental de Madagáscar em 21 de fevereiro e regressou à ilha a 5 de março.
Em Moçambique, o ciclone, que teve o primeiro impacto a 24 de fevereiro, voltou a tocar terra há duas semanas.