Emmanuel Macron prepara-se para falar aos franceses na quarta-feira, em entrevista televisiva, uma intervenção aguardada após a aprovação da nova idade da reforma, dos 62 para os 64 anos, que tem provocado muita contestação nas ruas de várias cidades do país.
Debaixo de fogo. Macron vai falar aos franceses sobre reforma das pensões
Para a noite está marcada, no Palácio do Eliseu, uma reunião com os deputados dos três partidos que apoiam o presidente.
Esta sucessão de encontros ocorre após a crise política aberta pela reforma das pensões em França, que tem gerado manifestações e greves em vários setores.
A oposição, que na Assembleia Nacional esteve a nove votos de derrubar o Governo, pediu a Macron que abandone o diploma e convoque eleições legislativas. A primeira-ministra, Elisabeth Borne, já garantiu que vai continuar com o programa de reformas.
Após dois meses de concertação e de uma intensa mobilização sindical e popular contra o projeto de lei, a aprovação pela força por parte do Governo, recorrendo ao Artigo 49.3, foi fortemente criticada pela oposição.
Desde 19 de janeiro, centenas de milhares de cidadãos franceses manifestaram-se em oito ocasiões para dizer não à lei, que consideram injusta, em especial para as mulheres e para os trabalhadores com profissões de elevado desgaste. França é um dos países europeus em que a idade legal da reforma é mais baixa, embora os sistemas de aposentações que sejam totalmente comparáveis.
Na noite de segunda-feira, caixotes de lixo foram derrubados e queimados. E em algumas cidades houve confrontos entre as autoridades policiais e manifestantes. Durante as manifestações foram detidas 287 pessoas, 234 em Paris.
Em Donges (oeste), a polícia foi obrigada a intervir para desbloquear o terminal petrolífero que estava ocupado, há uma semana, por grevistas.
Esta terça-feira, o Governo anunciou a requisição do depósito petrolífero de Fos-sur-Mer.
c/ agências