"Decisão maturada". Paulo Rangel explica momento "oportuno e adequado" para o reconhecimento da Palestina

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, falou esta quinta-feira à RTP sobre a intenção de dar início ao processo para o reconhecimento do Estado palestiniano. O Governo vai ouvir o presidente da República e os partidos antes da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em setembro.

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Foto: Rui Minderico - Lusa

O ministro português dos Negócios Estrangeiros salientou que o reconhecimento “é competência do Governo” e não do Parlamento ou do presidente da República.

Em entrevista ao Jornal da Tarde, Paulo Rangel explicou que Portugal, tal como outros países, sempre defendeu “a solução de dois Estados” e que estava “há muito tempo” em conversações com outras nações sobre este tema, numa “plataforma comum de entendimento”

Esse movimento surge agora na sequência de uma série de garantias que foram dadas pela Autoridade Palestiniana, desde o reconhecimento do Estado de Israel à libertação imediata de reféns ou fim de toda a atividade do Hamas.Por outro lado, vários países árabes exigiram a retirada do Hamas da Faixa de Gaza, a libertação dos reféns e demonstraram disponibilidade para reconhecer o Estado de Israel e normalizar relações diplomáticas e comerciais com Telavive. 

Questionado sobre as declarações de Donald Trump, em que relaciona a situação em Gaza à manutenção de tarifas aduaneiras ao Canadá, que também se prepara para reconhecer a Palestina, Paulo Rangel sublinha que a situação humanitária “é reconhecida” pelos Estados Unidos e que esta é uma “decisão maturada” após mais de um ano de conversações

O Governo português atuou sempre do lado certo [...] e este é o momento em que avançar com este processo para ter o reconhecimento em setembro é o momento oportuno e adequado”, vincou, salientando a “situação desesperada e desesperante” e "para lá de tudo o que é minimamente aceitável" no território palestiniano.
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