A CDU ganhou ao SPD as eleições na Renânia do Norte-Vestefália, com uma diferença tangencial, mas de grande significado: não só determinará uma mudança de governo na capital regional, Colónia, como reforça a perspectiva de uma continuidade de governo na capital federal, Berlim.
Este é o pior resultado de sempre do SPD no seu velho baluarte renano. A presidente do Governo regional e líder social-democrata Hannelore Kraft admitiu a derrota, ao anunciar que renunciava à direcção do partido.
O resultado é, além disso, um pesado castigo para a coligação governante. O parceiro minoritário da coligação, o partido verde, caíu de 11,3 nas anteriores eleções para pouco mais de metade: 6,3 por cento.
Outro derrotado é o partido da esquerda, PdL, embora estando ainda por confirmar a previsão que lhe atribui 4,9 por cento dos votos - e portanto um fracasso, pela tangencial diferença de 0,1 por cento, no que era o seu desígnio de superar a fasquia dos 5 por cento e assegurar a presença no parlamento regional. Pelo contrário, o partido da extrema-direita, AfD, com 7,3 por cento, conseguirá uma representação parlamentar.
O partido liberal, FDP, atinge os 12,7 por cento, o seu melhor resultado de sempre naquele Land, sob a direcção de Christian Lindner. O partido pirata desmorona-se, de 7,8 por cento que tinha obtido em 2012, para 0,9 por cento, e desaparece do mapa político.
Depois de uma vitória previsível no Sarre, e de uma outra, inesperada, em Schleswig-Holstein, a CDU obtém agora a cereja em cima do bolo - a vitória num velho bastião social-democrata. Trata-se de um facto simbólico, em que um dos vice-presidentes do partido, Laschet, derrota uma vice-presidente do SPD, e chefe do Governo regional, Kraft.
Apesar da sua popularidade, Hannelore Kraft não pode dissimular o facto de que a bacia do Ruhr foi devastada pela desindustrialização e que a base operária do SPD foi violentamente fustigada pela crise social - mesmo em tempos de prosperidade económica.
O líder da bancada social-democrata no Bundestag, Karl Lauterbach, foi mais incisivo do que Kraft ao comentar: "Trata-se de uma pesada derrota do SPD, que não podemos disfarçar".
Tratava-se também do último grande teste regional antes das eleições federais marcadas para Setembro.