Um homem suspeito de ter ajudado os serviços secretos russos a preparar um eventual atentado contra o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi detido na Polónia, anunciaram os ministérios públicos polaco e ucraniano.
A detenção foi efetuada com base em informações dos serviços secretos ucranianos, acrescentaram. As autoridades não especificaram se o homem transmitiu efetivamente alguma informação. Se for considerado culpado, poderá ser condenado a uma pena de prisão até oito anos. O suspeito está detido e a investigação a decorrer.
O Ministério Público polaco alega que Pawel K. terá oferecido os seus préstimos aos serviços secretos militares russos.
A notificação das atividades de Pawel K. foi enviada a Varsóvia pelo Ministério Público ucraniano, que obteve subsequentemente "provas essenciais".
Pawel K. afirmou estar "pronto a agir em nome dos serviços secretos militares da Federação Russa e estabeleceu contactos com cidadãos da Federação Russa diretamente envolvidos na guerra na Ucrânia", acrescenta o comunicado.
Segundo o procurador-geral ucraniano, Andriï Kostine, o homem detido era responsável, em particular, por "recolher e transmitir ao Estado agressor informações sobre a segurança do aeroporto de Rzeszów-Jasionka", no sudeste da Polónia, que é frequentemente utilizado pelo chefe de Estado ucraniano em viagens ao estrangeiro.
"Este caso sublinha a ameaça persistente que a Rússia representa não só para a Ucrânia e os ucranianos, mas também para todo o mundo livre", afirmou Kostine no X.
A Polónia tem sido um dos mais fortes apoiantes da Ucrânia desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022.
Ainda de acordo com o Ministério Público polaco, a operação coordenada dos serviços polacos e ucranianos permitiu "obter provas também fora da Polónia".
Ainda de acordo com o Ministério Público polaco, a operação coordenada dos serviços polacos e ucranianos permitiu "obter provas também fora da Polónia".
O ministro polaco dos Negócios Estrangeiros, Radoslaw Sikorski, felicitou o Ministério Público e os serviços especiais do país.
"Boa cooperação com a fraterna Ucrânia", escreveu no X.
A importância do aeroporto de Rzeszów-Jasionka
Antes da invasão em grande escala da Ucrânia, Rzeszów-Jasionka era um pequeno aeroporto regional. Mas, desde então, tornou-se um ponto-chave na vasta operação de fornecimento de ajuda militar ocidental à Ucrânia.
Aviões militares e de carga dos Estados Unidos e de toda a Europa entram e saem regularmente do aeroporto para entregar os mantimentos aos camiões que aguardam e que fazem a viagem de 100 quilómetros até à fronteira ucraniana.
O espaço aéreo ucraniano está fechado à maioria dos voos, pelo que os líderes que entram e saem do país tendem a voar para países vizinhos, como a Polónia, e a viajar de seguida para Kiev de comboio.
Zelensky usa o aeroporto de Rzeszów-Jasionka quando de desloca em visitas ao estrangeiro. Em dezembro de 2022, regressou ao aeroporto após uma visita a Washington. Outros dignitários estrangeiros, como o presidente dos EUA, Joe Biden, passaram pelo aeroporto a caminho da Ucrânia.
No ano passado, as autoridades polacas afirmaram ter detido um grupo de cidadãos estrangeiros por suspeita de espionagem a favor da Rússia. Terão instalado dezenas de câmaras, incluindo algumas nas imediações do aeroporto de Rzeszów-Jasionka.
Na quinta-feira, a Alemanha deteve dois alegados espiões russos suspeitos de planearem sabotar a ajuda militar alemã à Ucrânia.
c/ agências