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Detidos dois dirigentes de oficinas têxteis de prédio que ruiu no Bangladesh

por Lusa

Daca, 27 abr (Lusa) -- Dois dirigentes de oficinas têxteis, instaladas no edifício de oito andares que desabou, esta quarta-feira, no Bangladesh, causando mais de 320 mortos, foram detidos, anunciou hoje a polícia.

"Prendemos Bazlus Samad, presidente da `New Wave Buttons` e das fábricas `New Wave Style` e Mahmudur Rahaman Tapash, administrador de uma dessas unidades", indicou o vice-chefe da polícia de Daca, Shyaml Mukherjee, em declarações à agência AFP.

A polícia abriu um processo contra os dois dirigentes por "morte por negligência", depois de a primeira-ministra ter dado conta de que os proprietários obrigaram os trabalhadores a regressar ao trabalho não obstante as fissuras detetadas no prédio na véspera do colapso.

Sobreviventes do desmoronamento relataram que as fissuras foram verificadas na tarde de terça-feira, mas que dirigentes ordenaram aos trabalhadores que voltassem para as linhas de produção apesar da ordem de evacuação do edifício por parte das autoridades.

Um administrador da `New Wave Styles`, uma das cinco empresas manufatureiras instaladas no edifício, contou que o proprietário daquela unidade consultou um engenheiro, mas que depois ignorou as suas advertências.

"Aqueles que estiveram envolvidos, especialmente o proprietário que obrigou os funcionários a trabalhar, serão punidos", disse a primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, aos deputados. "Onde quer que esteja, será encontrado e levado à justiça", acrescentou.

O mais recente balanço oficial, facultado esta manhã, aponta para 324 vítimas mortais.

O colapso, esta quarta-feira, figura como o pior acidente industrial da história do Bangladesh e a mais recente tragédia no setor de vestuário do país, dando origem a críticas a marcas ocidentais que privilegiam o lucro em detrimento da segurança das unidades.

O Bangladesh é o segundo exportador mundial no setor de vestuário, a seguir à China.

Em novembro do ano passado, um incêndio numa fábrica têxtil provocou 111 mortos.

A cadeia britânica Primark e a espanhola Mango assumiram ter unidades de produção têxtil no edifício que ruiu.

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