Dois oligarcas russos foram a tribunal para contestar as sanções da União Europeia impostas na sequência da invasão russa na Ucrânia. O Tribunal Europeu de justiça deu razão a Petr Aven e Mikhail Fridman, depois de o Conselho Europeu não ter apresentado provas suficientes para determinar que os dois oligarcas tiveram um papel na agressão contra a Ucrânia. A decisão não produziu ainda efeitos, com as sanções ainda ativas.
Depois das acusações, Aven e Fridmann contestaram judicialmente o que dizem ser acusações “infundadas” e esta quarta-feira o Tribunal Europeu de Justiça declarou que nenhum deles deveria ter sido incluído na lista do círculo próximo de Putin. É a primeira vez que oligarcas russos ganham este tipo de ação na União Europeia, podendo ainda o Conselho Europeu recorrer da decisão.
Antes de a guerra romper na Ucrânia, os dois multimilionários viviam no Reino Unido, mas criaram as respetivas fortunas na Rússia nos negócios do petróleo, retalho e banca.
De acordo com o Guardian, muitas são as vozes russas a criticar esta decisão do Tribunal Europeu de Justiça, sublinhando que tanto Petr Aven como Mikhai Fridman mantiveram um meio silêncio confortável em relação à guerra desencadeada contra a Ucrânia.
Yulia Navalnaya, viúva de Alexei Navalny, pergunta-se nas redes sociais sobre o que terá mudado no tratamento da justiça em relação aos oligarcas russos.
I'd like to ask European politicians: "What's changed since you sanctioned Russian oligarchs?"
— Yulia Navalnaya (@yulia_navalnaya) April 10, 2024
Neither Fridman nor Aven have spoken out against the war or made any efforts to stop it — they've simply hired expensive lawyers and influential lobbyists.
Anti-war Russians in Europe…
Maria Pevchuk, também próxima de Navalny, criticou igualmente a decisão: “A data de hoje devia ser marcada como o dia em que as sanções europeias contra pessoas russas colapsaram. É um dia de declaração de impunidade e irresponsabilidade pela guerra. Também podemos designar como o “Dia do Triunfo Oligarca”, disse Pevchuk.