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Guerra na Ucrânia
Donald Trump. "Estamos muito próximos de alcançar um acordo" de paz na Ucrânia
O mais recente encontro sobre o plano de paz para a Ucrânia, entre os presidentes ucraniano e norte-americano, decorreu este domingo na Florida, depois de intensas semanas de negociações.
O diálogo incluiu os líderes europeus e, antes e depois da reunião com Zelensky, com o presidente russo. O encontro produziu seis dossiers que vão continuar a ser negociados nos próximos meses, por dois grupos de trabalho, um militar e outro sobre Economia.
No final da reunião, Trump afirmou que a reunião "foi excelente". "Fizemos muitos progressos", acrescentou, igualmente com os líderes europeus.
"Não foi debatido um cessar-fogo", revelou ainda, "Encontraremos formas de contornar a oposição de Putin ao cessar-fogo". O presidente russo afirmou este domingo que um cessar-fogo "apenas iria prolongar a guerra".Se não se conseguir chegar a paz, "eles irão continuar a lutar e continuar a morrer", resumiu o líder norte-americano.
"Estamos muito mais perto de um acordo entre a Rússia e a Ucrânia. Tive uma reunião fantástica com Zelynskiy, da Ucrânia", afirmou Trump, reconhecendo que há uma ou duas questões "espinhosas" para resolver.
"Penso que dentro de algumas semanas saberemos de uma forma ou de outra" se as negociações deram frutos, frisou.
Sobre as equipas que vão continuar a negociar, o presidente norte-americano garantiu que "irão trabalhar com a Rússia", já que "sem eles nada se consegue". "É uma negociação muito difícil", reconheceu. "É uma guerra muito complexa mas acho que vamos conseguir".
"O que eu quero mesmo é salvar vidas", sublinhou, depois de reconhecer que para os europeus "a Ucrânia é muito importante", muito mais do que para os Estados Unidos.
"Foi uma honra tê-lo aqui em Mar-a-Lago", saudou, dirigindo-se a Volodymyr Zelensky.
Possibilidade de referendo
O chefe de Estado ucraniano agradeceu o empenho de Donald Trump e da sua Administração em prol da paz, referindo que foi "tudo" praticamente discutido esta tarde e que as garantias de segurança ficaram concluídas.
Trump foi um pouco mais cauteloso, dizendo que estavam 95 por cento perto de um acordo deste tipo e que esperava que os países europeus "assumissem uma grande parte" deste esforço com o apoio dos EUA.
"A Ucrânia está pronta para a paz", sublinhou entretanto o presidente ucraniano, referindo que as negociações com os EUA, incluindo com os líderes europeus e da NATO, vão continuar em janeiro de 2026.
Está previsto para esse mês um novo encontro nos Estados Unidos com o presidente ucraniano, mas também com dirigentes europeus, revelou.
Em causa, sobretudo, a falta de acordo quanto à entrega do Donbass e de outros territórios da Ucrânia, no leste, à Rússia. Moscovo não tem abdicado da exigência do Donbass e Kiev tem recusado em absoluto ceder. Trump afirmou este domingo que Kiev e Moscovo se têm aproximado de uma solução no estatuto desta zona do leste da Ucrânia.
"As nossas equipas andam há mais de um mês a trabalhar" sobre a questão do Donbass, um "assunto muito difícil", referiu Zelensky.
"Temos de respeitar o nosso território", acrescentou, admitindo a possibilidade da realização de um referendo, "se o acordo for muito difícil de aceitar"." A terra não é minha", lembrou, uma vez que a Constituição ucraniana o impede de ceder território.
"Eles têm sido muito fortes" referiu Trump sobre a resistência ucraniana, mas "a Rússia quer ver isto acabar, a Ucrânia quer ver isto acabar", acrescentou.
Trump acolheu também a possibilidade de ir falar ao parlamento ucraniano " se isso ajudar" à paz e a por fim a "milhares de mortes por mês", com anuência de Zelensky.
"A Rússia vai ajudar à reconstrução da Ucrânia", revelou também o presidente dos EUA, elogiando a generosidade de Putin, que se dispôs nos telefonemas com Trump a fornecer energia à Ucrânia a preços muito favoráveis.
"Bom progresso"
Reagindo na rede social X à conversa com Zelensky e Trump deste domingo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que esta durou cerca de uma hora e que correu bem, tendo incluido vários líderes europeus.
"Houve um bom progresso", afirmou. "A Europa está pronta para continuar a trabalhar com a Ucrânia e os nossos parceiros dos EUA para consolidar o progresso". "A parte fundamental deste esforço é ter garantias de segurança inabaláveis desde o primeiro dia", sublinhou von der Leyen.
"O mundo inteiro" aprecia os esforços de paz do presidente Trump e da sua equipa, reagiu entretanto o enviado especial de Putin, Dmitriev.