Em Kiev, Orbán pede a Zelensky que considere cessar-fogo para acelerar fim da guerra
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, instou esta terça-feira o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a considerar um cessar-fogo para acelerar o fim da guerra iniciada pela Rússia, propondo ainda um grande acordo de cooperação entre Budapeste e Kiev.
"Pedi ao presidente que pensasse se não seria possível inverter a ordem e acelerar as conversações de paz, fazendo primeiro um cessar-fogo", disse Orbán aos jornalistas após o encontro.
Orbán garantiu que a Hungria gostaria de ajudar a modernizar a economia ucraniana.
"Um cessar-fogo com um prazo daria a oportunidade de acelerar as conversações de paz. Explorei esta possibilidade com o presidente e estou-lhe grato pelas suas respostas honestas e pela sua negociação", acrescentou.
O líder húngaro disse ainda valorizar o esforço de Kiev para promover a visão de paz de Zelensky numa cimeira internacional realizada em maio na Suíça.
Já o presidente ucraniano não mencionou qualquer hipótese de cessar-fogo, mas elogiou a possibilidade de um acordo de cooperação bilateral alargado entre a Ucrânia e a Hungria.
As autoridades de Kiev têm dito frequentemente que a Rússia usaria qualquer abrandamento nos combates para se reagrupar e fortalecer, levando a cabo um ataque ainda maior contra a Ucrânia.
"O objetivo da presidência húngara é contribuir para a resolução dos desafios que se colocam à UE. É por isso que a minha primeira viagem foi a Kiev", escreveu Orbán no Facebook.
Os laços entre os dois líderes têm estado sob forte tensão desde que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com Budapeste a opor-se frequentemente aos esforços da União Europeia para apoiar Kiev.
A Ucrânia está interessada em garantir o apoio da Hungria, já que depende fortemente do apoio financeiro e militar unânime dos 27 Estados-membros.
Orbán chegou mesmo a causar incómodo entre os líderes europeus ao encontrar-se, em outubro do ano passado, com o presidente Vladimir Putin. Além disso, tem acusado repetidamente Kiev de restringir os direitos de cerca de 150.000 húngaros que vivem no extremo oeste da Ucrânia.
Kiev já negou qualquer infração, mas garantiu que fará tudo para responder às preocupações de Budapeste, centradas nos direitos linguísticos da minoria étnica húngara e no ensino da língua materna.
c/ agências