"A situação é bastante desesperante. Há muitas pessoas a passar fome e muita destruição. Há pessoas que não comem há dias, que não têm água, saneamento, combustível. A ajuda humanitária não está a entrar", afirmou esta quarta-feira.

Também os médicos e trabalhadores humanitários se deparam com a escassez de alimentos. "Fazemos o que podemos para conseguir alimentos para os pacientes. Neste momento, estamos a privilegiar os pacientes na altura de alimentar", mas "encontrar alimentos é quase impossível", detalhou o responsável da MSF.

Os médicos também nunca sabem quando vai terminar o stock de medicamentos e por vezes é necessário usar medicação alternativa. "Trabalhamos muito em colaborações com outros hospitais da zona. Quando acaba alguma coisa no hospital vemos se outro nos pode ajudar", explicou Guilherme Botelho.

Aos hospitais da região têm chegado não só pessoas vítimas de malnutrição como de bombardeamentos, incluindo palestinianos atacados enquanto procuravam ajuda humanitária.

"Eu não sei como pode ser possível que esta situação seja mais devastadora do que já é. É urgente que paremos de falar tanto e verdadeiramente haja ações para acabar com esta guerra", apelou o médico.

Guerra no Médio Oriente

"Encontrar alimentos é quase impossível". Médicos Sem Fronteiras alerta para situação "devastadora" em Gaza