Entrevista com Ilan Pappé. A tragédia dos palestinianos e o direito a uma vida aborrecida

por Paulo Alexandre Amaral (jornalista), Nuno Patrício e Carla Quirino (imagem), Nuno Patrício e Paulo Alexandre Amaral (edição)

Um dos mais proeminentes historiadores israelitas, Ilan Pappé vê a implementação do Estado de Israel na Palestina como uma agressão que leva décadas: uma ocupação paga pelos palestinianos, povo que não teve uma palavra a dizer quando o Ocidente pôs em marcha e alimentou o projecto sionista.

Agora que se cumprem os 75 anos da Nakba - nome árabe para catástrofe, a expulsão de 800 mil palestinianos das suas casas e a destruição de aldeias e cidades palestinianas pela mão do recém-formado Estado de Israel -, Ilan Pappé veio a Portugal para uma série de comunicações em Lisboa e Coimbra.

Foi no ISCTE que tivemos a oportunidade de falar com aquele que é visto como um dos novos historiadores israelitas - grupo que tem estudado os acontecimentos de 1948 e a forma como foi criado o Estado de Israel.

Mais de sete décadas depois, numa frase, Ilan Pappé resumia na palestra do dia anterior a realidade dos palestinianos: "Eles só desejam uma vida aborrecida". Os palestinianos querem ter direito a aborrecer-se.
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