Os eslovenos manifestaram-se a favor da regulamentação da eutanásia e da liberalização do consumo de canábis, segundo o resultado de dois referendos não vinculativos realizados no domingo, informou hoje a comissão eleitoral do país.
Estas duas consultas populares decorreram em simultâneo com as eleições que escolheram os deputados que vão representar a Eslovénia no Parlamento Europeu e que tiveram uma taxa de participação de quase 40%.
Num desses referendos, 55% dos eleitores votaram a favor de uma "regulamentação legal do direito à assistência no fim voluntário da vida", enquanto 44% manifestaram o seu voto contra, indicam os resultados oficiais.
Os defensores da permissão e regulamentação da eutanásia, a coligação de centro-esquerda no poder, argumentaram que todos os cidadãos deveriam tomar decisões independentes sobre a sua vida e sofrimento e alertaram que a medicina não pode curar ou aliviar todas as doenças.
A oposição conservadora alegou que a vida humana é inviolável, de acordo com a Constituição do país.
No segundo referendo, 67% aprovaram a permissão do cultivo e processamento de canábis para fins medicinais e 52% também apoiaram a sua liberalização para uso recreativo, em comparação com 33% e 48% que se manifestaram contra, respetivamente.
Já num terceiro referendo, 71% dos eleitores afirmaram ser a favor da apresentação de listas abertas para as eleições legislativas, enquanto 29% foram contra.
Embora os resultados não sejam vinculativos, o Governo esloveno poderá apresentar projetos de lei separados antes do final do ano para cumprir a vontade expressa nas urnas, admitiu o primeiro-ministro, o liberal Robert Golob.