O Governo espanhol justifica esta decisão argumentando que os portos espanhóis “não são os mais próximos”, segundo o direito internacional. A resposta oficial do executivo de Madrid chega numa altura em que o navio Aquarius procura há vários dias um porto para atracar. A embarcação continua no Mediterrâneo com 141 migrantes a bordo que foram resgatados de barcos de madeira na última sexta-feira.
Madrid parece não querer repetir a experiência de acolhimento do Aquarius, escreve o jornal El Pais. O Governo de Pedro Sánchez fez saber esta segunda-feira, através de fontes oficiais, que Espanha não está disposta a acolher o navio com migrantes resgatados, pelo menos neste momento.
Na altura, o navio atracou no porto de Valência, depois de ter sido rejeitado pelo Governo italiano, tendo viajado durante vários dias até à costa espanhola. Agora, o Executivo espanhol assinala que os portos espanhóis “não são os mais próximos, segundo o que está estabelecido pelo direito internacional”.
Segundo a SOS Méditerranée, “o Aquarius alcançou agora uma posição de espera entre Malta e Itália e aguarda novas orientações".Para além de Espanha, segundo as organizações Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a SOS Méditerranée, as autoridades na Itália, Malta, Tunísia e Líbia também negaram o desembarque do navio.
"As políticas destinadas a impedir que as pessoas cheguem à Europa a qualquer custo estão a resultar em mais sofrimento e a forçar os que já estão vulneráveis a fazer viagens ainda mais arriscadas para a segurança", disse Aloys Vimard, coordenador do projeto dos MSF a bordo do Aquarius.
As organizações pediram assistência humanitária para as pessoas a bordo, entre as quais estão 67 menores desacompanhados. As restantes seis crianças viajam com pelo menos um familiar.
"As políticas destinadas a impedir que as pessoas cheguem à Europa a qualquer custo estão a resultar em mais sofrimento e a forçar os que já estão vulneráveis a fazer viagens ainda mais arriscadas para a segurança", disse Aloys Vimard, coordenador do projeto dos MSF a bordo do Aquarius.
As organizações pediram assistência humanitária para as pessoas a bordo, entre as quais estão 67 menores desacompanhados. As restantes seis crianças viajam com pelo menos um familiar.
Antes de serem resgatadas pelo Aquarius, os resgatados a bordo relataram ter encontrado cinco navios que não ofereceram assistência. Embora a condição médica dos resgatados esteja estável por enquanto, muitos estão fracos e desnutridos.
Principal rota para migrantes
Com a Itália a fechar as portas para os navios de resgate, a Espanha tornou-se a principal rota migratória na Europa. A Itália proibiu a entrada de todos os navios que transportam migrantes e criticou a Espanha pela política de imigração "fora de controlo".
No mês passado, após a Itália e Malta se terem recusado a acolher 629 migrantes resgatados por mais de uma semana, o navio pode atracar na cidade portuária espanhola de Valência.
Segundo Aloys Vimard, as autoridades líbias, cujo centro de coordenação de resgate se encontra num navio italiano em Trípoli, têm ignorado a embarcação humanitária nos últimos dois dias.
O Centro de Coordenação de Resgate Conjunto da Líbia "não alertou o Aquarius dos navios em perigo que tinha conhecimento, apesar de estarmos na área e oferecermos a nossa ajuda", reforçou o coordenador dos MSF a bordo do Aquarius.