Estados Unidos bombardeiam infraestrutura ligada ao Irão na Síria

por RTP
Esta foi a primeira ação militar após a eleição de Joe Biden Doug Mills - EPA

Os Estados Unidos realizaram um ataque aéreo contra uma "infraestrutura utilizada por milícias apoiadas" por Teerão no leste da Síria, anunciou na última noite o Pentágono. É a primeira ação militar conhecida sob a égide do Presidente Joe Biden, que iniciou o mandato no final de janeiro.

"Os ataques foram autorizados em resposta a ataques recentes contra funcionários dos Estados Unidos e da coligação no Iraque, e ameaças contínuas contra estes funcionários", disse o porta-voz do Departamento da Defesa dos EUA, John Kirby, em comunicado.

De acordo com a agência Reuters, os ataques foram limitados, e tiveram como objetivo limitar o risco de escalada.

No dia 15 de fevereiro a base militar norte-americana no aeroporto internacional de Erbil, no Iraque, foi atacada. Um funcionário contratado pelos EUA - não americano - morreu. E vários outros - esses sim americanos - ficaram feridos.
Poucos dias depois uma outra base em Bagdade foi atacada. Aqui pelo menos uma pessoa ficou ferida.

E já esta segunda feita um novo ataque com rockets que atingiram a chamada zona verde de Bagdade, onde está a embaixada dos EUA e outras missões diplomáticas.

O porta-voz do Pentágono afirmou que "o Presidente Biden irá agir para proteger o pessoal americano e da coligação. Ao mesmo tempo agimos de forma a diminuir a escalada da situação tanto na Síria como no Iraque".

O ataque norte-americano destruiu várias instalações junto a um controlo fronteiriço que eram usadas por milícias apoiadas pelo Irão, incluindo a Kata'ib Hezbollah (KH) e a Kata'ib Sayyidal-Shuhada (KSS).

Um alto responsável norte-americano disse à Reuters que a intenção do Presidente Biden com este ataque foi a de enviar um sinal de que os EUA queriam punir as milícias mas não pretendem que o conflito entre numa espiral que possa ganhar outra dimensão.

Os militares apresentaram a Joe Biden uma série de opções de ação, sendo que esta que foi seguida foi uma das que lhe foi sugerida.

Pelo menos 17 combatentes morreram segundo um balanço preliminar avançado pelo diretor da organização não-governamental OSDH, Rami Abdel Rahmane.

À Reuters, Michael McCaul, Republicano na Comissão da Casa dos Representantes para os Assuntos Internacionais, afirmou que estes ataques foram a atitude correta. "Respostas como esta são necessárias para lembrar o Irão e os nossos adversários no mundo de que os ataques aos Estados Unidos não serão tolerados", disse.

No Twitter, Suzanne Maloney, do Instituto Brookings, escreveu que estes ataques mostraram que a administração Biden pode negociar com o Irão sobre o acordo nuclear ao mesmo tempo que atinge as milícias.

C/ agências
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