Mundo
Estirpe do surto de Ébola na Guiné-Conacri é a mais mortífera
A estirpe do vírus Ébola que já matou 59 pessoas na Guiné-Conacri, foi identificada como sendo a do Zaire, a mais mortífera de todas, anunciou esta segunda-feira o Instituto Pasteur, em França. Novos casos identificados na Serra Leoa e na Libéria, junto à fronteira, indicam que a epidemia está a alastrar.
O mais recente surto de Ébola, uma febre hemorrágica sem cura e com índices de fatalidade que podem chegar aos 90%, teve início em fevereiro de 2014.
Entre as 59 mortes já registadas em três províncias do sul da Guiné-Conacri, amostras de seis enviadas para testes confirmaram a presença do Ébola. "A sequência preliminar de uma porção do vírus é compatível com a estirpe do Zaire" afirmou o comunicado do Instituto Pasteur, em Lyon.
Nenhum dos três casos testados na capital, Conacri, foi contudo positivo para o vírus. É ainda provável que o caso da Serra Leoa seja do mesmo vírus mas são necessários mais testes. O Instituto Pasteur enviou já uma equipa para Conacri para a poiar as autoridades locais a lidar com a epidemia e os Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a Organização Mundial de Saúde vão reforçar as equipas no terreno.
"Notamos que muitos dos mortos se relacionavam entre si o que significa que tiveram contacto entre si" afirmou Esther Sterk, especialista em medicina tropical do MSF e que tem acompanhado a epidemia a partir de Genebra. "Isto é típico dos surtos de Ébola. Verificamos a existência de uma cadeia de transmissão entre as famílias."
Ébola ameaça alastrar
A confirmar-se, a identificação do vírus "eleva mais ainda o nível já elevado de alerta" afirma o Instituto. As mortes na Libéria, de quatro mulheres e uma criança do sexo masculino, além de um outro caso na vizinha Serra Leoa, vêm confirmar receios que a epidemia alastre a vários países da região com serviços de saúde frágeis.
A Guiné-Bissau está acompanhar com extrema preocupação o evoluir da epidemia.
Sakoba Keita, responsável pelo departamento de prevenção de doenças do ministério da Saúde da Guiné-Conacri, afirmou que o número de casos segunda-feira subiu para 86.
O Governo da Guiné-Conacri tem estado a enviar sms a todos os guineenses e a publicar mensagens na rádio e televisão estatais, apelando à calma e aconselhando o que fazer em caso de suspeita de Ébola.
Conacri à beira do pânico
Reservas de lexívia e de outros produtos cáusticos estão a acabar na capital, Conacri, de três milhões de habitantes, onde domingo se gerou o pânico por suspeita de que três mortes se deviam ao vírus.
Há quem evite os transportes púbicos por medo do contágio. "Costumo apanhar um táxi, mas desta vez vou a pé" afirmou uma professora.
Até agora, os casos detetados têm sido isolados e quem lida com os doentes tem de tomar precauções severas devido ao elevado nível contagioso do Ébola.
Evitar o pânico que potencia o alastrar do vírus é outra das prioridades do Governo, que tem estado ainda a enviar apoio médico às zonas afetadas e a impor restrições em funerais, tendo ainda colocado de quarentena os produtos vindos do sul para a capital.
Origem do surto por identificar
"Na Guiné, um país com uma infraestrutura médica fraca, um surto como este pode ser devastador," afirmou domingo o representante da UNICEF em Conacri, Mohamed Ag Ayoya.
Da Bélgica e de França vão sair 33 toneladas de medicamentos e material de proteção para combater a epidemia.
Responsáveis locais dos MSF estão por seu lado a tentar perceber como é que a estirpe do Zaire chegou à Guiné, vinda do Sudão, Congo e Uganda, onde provoca surtos regularmente. "Ninguém tem ideia de como é que o vírus chegou à Guiné" disse Esther Sterk.
A última vez que o vírus alastrou a humanos na África ocidental foi em 1994, quando um cientista ficou infetado após tratar chimpanzés com Ebola num parque na cional na Costa do Marfim, lembra Strek. O cientista sobreviveu.
Desta vez os principais suspeitos são os morcegos, uma das espécies onde o vírus permanece alojado entre surtos.
Contágio elevado
Além de morcegos, os seres humanos podem apanhar o Ébola a partir de gorilas ou de macacos e de antílopes da floresta, ou até mesmo de porcos, contagiando outros seres humanos através de tecidos e fluidos corporais.
Os sintomas oscilam entre dores gripais a hemorragias internas e externas devido a falha dos rins e do fígado.
O último grande surto da estirpe Zaire ocorreu em 2007 na República Democrática do Congo, tendo morrido 187 pessoas, uma mortalidade de 74%. Mais recentemente registaram-se pequenos focos do vírus no Congo e no Uganda, o último em 2012.
Dependendo das estirpes, o Ébola pode ser fatal entre 25% e 90% dos casos.
Entre as 59 mortes já registadas em três províncias do sul da Guiné-Conacri, amostras de seis enviadas para testes confirmaram a presença do Ébola. "A sequência preliminar de uma porção do vírus é compatível com a estirpe do Zaire" afirmou o comunicado do Instituto Pasteur, em Lyon.
Nenhum dos três casos testados na capital, Conacri, foi contudo positivo para o vírus. É ainda provável que o caso da Serra Leoa seja do mesmo vírus mas são necessários mais testes. O Instituto Pasteur enviou já uma equipa para Conacri para a poiar as autoridades locais a lidar com a epidemia e os Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a Organização Mundial de Saúde vão reforçar as equipas no terreno.
"Notamos que muitos dos mortos se relacionavam entre si o que significa que tiveram contacto entre si" afirmou Esther Sterk, especialista em medicina tropical do MSF e que tem acompanhado a epidemia a partir de Genebra. "Isto é típico dos surtos de Ébola. Verificamos a existência de uma cadeia de transmissão entre as famílias."
Ébola ameaça alastrar
A confirmar-se, a identificação do vírus "eleva mais ainda o nível já elevado de alerta" afirma o Instituto. As mortes na Libéria, de quatro mulheres e uma criança do sexo masculino, além de um outro caso na vizinha Serra Leoa, vêm confirmar receios que a epidemia alastre a vários países da região com serviços de saúde frágeis.
A Guiné-Bissau está acompanhar com extrema preocupação o evoluir da epidemia.
Sakoba Keita, responsável pelo departamento de prevenção de doenças do ministério da Saúde da Guiné-Conacri, afirmou que o número de casos segunda-feira subiu para 86.
O Governo da Guiné-Conacri tem estado a enviar sms a todos os guineenses e a publicar mensagens na rádio e televisão estatais, apelando à calma e aconselhando o que fazer em caso de suspeita de Ébola.
Conacri à beira do pânico
Reservas de lexívia e de outros produtos cáusticos estão a acabar na capital, Conacri, de três milhões de habitantes, onde domingo se gerou o pânico por suspeita de que três mortes se deviam ao vírus.
Há quem evite os transportes púbicos por medo do contágio. "Costumo apanhar um táxi, mas desta vez vou a pé" afirmou uma professora.
Até agora, os casos detetados têm sido isolados e quem lida com os doentes tem de tomar precauções severas devido ao elevado nível contagioso do Ébola.
Evitar o pânico que potencia o alastrar do vírus é outra das prioridades do Governo, que tem estado ainda a enviar apoio médico às zonas afetadas e a impor restrições em funerais, tendo ainda colocado de quarentena os produtos vindos do sul para a capital.
Origem do surto por identificar
"Na Guiné, um país com uma infraestrutura médica fraca, um surto como este pode ser devastador," afirmou domingo o representante da UNICEF em Conacri, Mohamed Ag Ayoya.
Da Bélgica e de França vão sair 33 toneladas de medicamentos e material de proteção para combater a epidemia.
Responsáveis locais dos MSF estão por seu lado a tentar perceber como é que a estirpe do Zaire chegou à Guiné, vinda do Sudão, Congo e Uganda, onde provoca surtos regularmente. "Ninguém tem ideia de como é que o vírus chegou à Guiné" disse Esther Sterk.
A última vez que o vírus alastrou a humanos na África ocidental foi em 1994, quando um cientista ficou infetado após tratar chimpanzés com Ebola num parque na cional na Costa do Marfim, lembra Strek. O cientista sobreviveu.
Desta vez os principais suspeitos são os morcegos, uma das espécies onde o vírus permanece alojado entre surtos.
Contágio elevado
Além de morcegos, os seres humanos podem apanhar o Ébola a partir de gorilas ou de macacos e de antílopes da floresta, ou até mesmo de porcos, contagiando outros seres humanos através de tecidos e fluidos corporais.
Os sintomas oscilam entre dores gripais a hemorragias internas e externas devido a falha dos rins e do fígado.
O último grande surto da estirpe Zaire ocorreu em 2007 na República Democrática do Congo, tendo morrido 187 pessoas, uma mortalidade de 74%. Mais recentemente registaram-se pequenos focos do vírus no Congo e no Uganda, o último em 2012.
Dependendo das estirpes, o Ébola pode ser fatal entre 25% e 90% dos casos.