EUA anunciam novas sanções contra a Venezuela

Este anúncio ocorre poucas horas após a apreensão de um petroleiro venezuelano na costa de Guiana.

Andreia Martins - RTP /
Foto: Leonardo Fernandez Viloria - Reuters

As novas sanções têm como alvo membros da família do presidente Nicolás Maduro e de responsáveis do setor petrolífero. 

A decisão foi anunciada na quinta-feira e é mais um elemento de escalada nas tensões entre os dois países. 

Estas sanções visam, em concreto, três sobrinhos da mulher de Maduro, que segundo Washington são narcotraficantes. Afeta também seis empresas de transporte marítimo acusadas de transportar petróleo venezuelano. 

O anúncio destas novas sanções surge após as forças norte-americanas terem apreendido o Skipper, um petroleiro que seguia no Mar das Caraíbas, na quarta-feira. 

Segundo as autoridades norte-americanas, o petroleiro transportava petróleo da Venezuela e do Irão para Cuba.

A economia venezuelana, altamente dependente das receitas de petróleo, tem sido prejudicada pelas sanções norte-americanas.

Em reação a estas novas sanções, Nicolás Maduro denuncia atos de "pirataria marítima" por parte dos Estados Unidos. 

"Sequestraram os tripulantes, roubaram o navio e inauguraram uma nova era: a era da pirataria naval criminosa nas Caraíbas", protestou Maduro na televisão pública na quinta-feira.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavit, explicou que o presidente norte-americano Donald Trump não quer ficar "de braços cruzados" enquanto "navios sancionados navegam pelos mares, a transportar petróleo do mercado negro". 

Os lucros dessa venda "vão alimentar o narcoterrorismo de regimes autoritários e ilegítimos".

Acrescentou ainda que o navio apreendido irá dirigir-se a um porto norte-americano e que os Estados Unidos deverão proceder à apreensão do petróleo que este transporta. A responsável reconheceu, no entanto, que esta apreensão levanta questões legais. Desde 2019 que o petróleo venezuelano está sujeito a um embargo norte-americano, o que tem obrigado Caracas a vender a sua produção petrolífera no mercado negro a preços mais baixos. 

A Administração Trump tem encetado várias ações contra a liderança de Nicolás Maduro, a quem acusa de chefiar uma rede de narcotráfico. O líder venezuelano, por sua vez, nega estas acusações e acusa Washington de procurar uma mudança política no país para ter acesso ao petróleo venezuelano. 

Nos últimos meses, as forças norte-americanas têm lançado várias ações junto ao Mar das Caraíbas, tendo mesmo bombardeado vários navios suspeitos de tráfico de droga que tinham partido da Venezuela. 
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