EUA de Biden. Abertura para voltar ao acordo nuclear com o Irão

por Alexandre Brito - RTP
Imagem do Secretário de Estado Antony Blinken Reuters

Os Estados Unidos estão disponíveis para voltar à mesa das negociações com o Irão tendo o acordo de 2015 à vista. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou que Washington pode regressar ao acordo caso Teerão cumpra o que está lá escrito. No Twitter, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, respondeu que o Irão está disposto a "reverter imediatamente" todas as ações quando as sanções norte-americanas forem suspensas.

Um alto responsável da administração Biden disse à Reuters esta quinta-feira que Washington responderia positivamente a qualquer convite da União Europeia para negociações entre o Irão e as seis principais potências que negociaram o acordo original: Grã-Bretanha, China, França, Alemanha, Rússia e os Estados Unidos.

"Estamos prontos para aparecer se tal reunião ocorrer", disse, depois que um alto funcionário da UE ter sugerido a convocação de tais negociações. 

Não é ainda de todo claro se isso pode vir a ser uma realidade, muito menos quando ou onde. Mas é um sinal de que de ambas as partes estão disponíveis para recuperar o acordo de 2015 que Donald Trump abandonou em 2018 depois de ter ocupado a Casa Branca.

Apesar da abertura, a pressão mantém-se, com ambas as partes a exigir um retrocesso nas ações antes de mais avanços, o que pode levar a que tudo fique na mesma.

"Quando as sanções forem suspensas nós" iremos reverter imediatamente todas as medidas corretivas. Simples", escreveu no Twitter o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif.


Já na quinta-feira este responsável iraniano tinha dito na mesma rede social que todas as ações nucleares do Irão nos últimos anos foram uma resposta às violações do acordo pelos EUA, Grã-Bretanha, França e Alemanha, outros signatários do documento.

O Irão diz que estabeleceu um prazo - 23 de fevereiro - para que Washington comece a reverter as sanções, caso contrário vai continuar a violar o acordo, proibindo até as inspeções de curto prazo pela agência nuclear da ONU, a Agência Internacional de Energia Atómica.

O secretário de Estado dos EUA garantiu que Joe Biden voltaria ao acordo se Teerão o cumprisse integralmente.
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