A Casa Branca anunciou esta segunda-feira a expulsão de 48 diplomatas e 12 funcionários das Nações Unidas, por suspeitas de envolvimento russo no caso dos envenenamentos em Salisbury, no Reino Unido. Mais 14 países decidiram fazê-lo depois das conversações na cimeira europeia.
De acordo com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, 14 países decidiram fazê-lo depois das conversações na cimeira europeia.
Today 14 EU Member States decided to expel Russian diplomats as direct follow-up to #EUCO discussion last week on #SalisburyAttack. Additional measures including further expulsions are not excluded in coming days, weeks.
— Donald Tusk (@eucopresident) 26 de março de 2018
"Não se excluem medidas adicionais, incluindo mais expulsões, nos próximos dias ou semanas, no quadro de ação coordenada da União Europeia", acrescentou Tusk, numa conferência de imprensa na cidade búlgara de Varna, onde está a decorrrer uma cimeira entre os líderes da União Europeia e o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
A medida para expulsar diplomatas foi além dos países da União Europeia. Sabe-se que a Alemanha, França, Polónia e Canadá anunciaram a expulsão de quatro diplomatas russos cada um, a República Checa e a Lituânia três, a Itália, a Holanda e a Dinamarca dois, a Estónia um e a Ucrânia 13.
É a resposta ao envenenamento com gás tóxico do ex-espião Serguei Skripal no Reino Unido.
Além da expulsão de diplomatas e funcionários dos serviços secretos russos que estão nos EUA “em número inaceitavelmente elevado”, diz a Casa Branca, foi também encerrado o consulado da Rússia em Seattle.
Sergei Skripal é um ex-agente do GRU, o serviço de informações russo. Skripal traiu outros agentes de espionagem russos antes de, em 2006, ter sido detido e Moscovo e preso.
Em 2010 o ex-espião foi libertado e passou a residir no Reino Unido. A 4 de março, Sergei e a sua filha foram encontrados inconscientes na localidade de Salisbury, no sul de Inglaterra.
"Castigar" a Rússia
Fonte da Casa Branca, citada pela CNN, garante que a intenção é proteger a segurança nacional dos Estados Unidos e “castigar” a Rússia. E acrescenta que o envenenamento “foi uma tentativa irresponsável por parte do Governo para assassinar um cidadão britânico e a sua filha, em solo britânico, com um agente tóxico”.
Skripal, de 66 anos, e a filha, de 33, continuam hospitalizados em estado crítico, mas estável, desde que inalaram a 4 de março, em Salisbury, onde residem, um gás neurotóxico chamado Novichok, de fabrico russo, segundo as autoridades britânicas.
O secretário da Defesa britânico, Gavin Williamson, disse que o mundo se uniu à posição do Reino Unido no caso Skripal e que a paciência para o presidente Vladimir Putin se está a esgotar.
Washington não tem dúvidas de que o Kremlin esteve por trás deste envenenamento e defende, por isso, que a atitude “não pode ficar sem resposta”.
O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, já saudou a resposta dada.
Today’s extraordinary international response by our allies stands in history as the largest collective expulsion of Russian intelligence officers ever & will help defend our shared security. Russia cannot break international rules with impunity
— Boris Johnson (@BorisJohnson) 26 de março de 2018
"A resposta internacional extraordinária dos nossos aliados é a maior expulsão coletiva de agentes dos serviços de informações russos de sempre e vai contribuir para defender a nossa segurança comum", escreveu Boris Johnson no Twitter, depois do anúncio de uma ação concertada de 14 países da União Europeia, dos Estados Unidos e do Canadá.
"A Rússia não pode violar as regras internacionais impunemente", concluiu o chefe da diplomacia britânica.
A Rússia já anunciou que vai responder “de forma proporcional” a esta “provocação”.