EUA. Turquia aceita suspender ofensiva na Síria para curdos recuarem

por Graça Andrade Ramos - RTP
Reuters

A Turquia concordou com um cessar-fogo de cinco dias para permitir a retirada das forças curdas, anunciou o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, esta quinta-feira, após uma reunião em Ancara com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Pence acrescentou que tanto os Estados Unidos como a Turquia pretendem uma solução pacífica para estabelecer no nordeste da Síria uma zona de salvaguarda, "que os Estados Unidos sempre defenderam".

O acordo foi conseguido após Pence ter obtido garantias de recuo ordeiro por parte das milícias curdo-sírias, as YPG.

"Este é um resultado que irá servir da melhor maneira os interesses curdos na Síria, ao criar uma zona tampão de longo prazo", garantiu Pence.

O vice-presidente confia que as boas relações entre curdos e norte-americanos irão continuar, apesar da retirada das tropas americanas há duas semanas, ter deixado milhares de civis curdos e de milícias YPG à mercê da ofensiva turca.

As sanções norte-americanas contra a Turquia serão ainda suspensas, acrescentou Pence.
Vitória turca
A notícia foi saudada efusivamente pelo Presidente Donald Trump, na rede Twitter, como é seu hábito.


"Grandes notícias vindas da Turquia", escreveu Trump. "Obrigada a Erdogan", acrescentou, referindo-se ao Presidente turco. "Milhões de vidas vão ser salvas", rejubilou o líder norte-americano.

Trump escreveu depois que este "é um grande dia para a civilização", e sublinhou que este acordo nunca teria sido possível há três dias, e que só foi alcançado com um "amor robusto".


"Este acordo NUNCA poderia ter sido firmado há três dias. Foi necessário algum amor "robusto" para o conseguir. Um grande dia para toda a gente. Orgulhoso de todos!", escreveu Donald Trump.

A Turquia justificou a sua ofensiva com a necessidade de estabelecer uma zona livre de combatentes no nordeste da Síria, junto à sua fronteira sul, de forma a evitar contactos entre as YPG e as forças curdas na Turquia, que considera terroristas.

Um responsável turco afirmou já à agência Reuters que a Turquia "conseguiu exatamente o que queria desta reunião" com o vice-presidente Mike Pence e o secretário de estado dos EUA, Mike Pompeo.
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