Europeus em Kiev instam Rússia a aceitar trégua, Kremlin vai refletir mas rejeita pressão
O gabinete do presidente russo, Vladimir Putin, começou por reagir, este sábado, ao repto de um cessar-fogo de 30 dias lançado a partir de Kiev com a denúncia do que considera ser uma "atitude de confronto". Mais tarde, o Kremlin afirmou-se disposto a ponderar a ideia, embora a sublinhar que é "inútil" pressionar Moscovo.
"Estamos a ouvir declarações contraditórias da Europa. Centram-se no confronto, em vez de tentativas de procurar, de algum modo, reavivar as nossas relações", redarguiu o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, em declarações aos jornalistas.
Horas depois, citado pelos media oficiais russos, Peskov acabaria por afirmar que o Kremlin iria "refletir" sobre a proposta de cessar-fogo.
"Devemos refletir. Trata-se de um novo desenvolvimento", admitiu o porta-voz, para reiterar, ainda assim, que é "inútil fazer pressão sobre Moscovo".
A partir de Kiev, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e os aliados europeus do país instaram a Rússia a anuir a um cessar-fogo completo e incondicional de 30 dias, já a partir da próxima segunda-feira; ou ser submetida, em alternativa, a novos pacotes de sanções económicas.A reação do Kremlin deixa sem resposta
direta o repto para o cessar-fogo de 30 dias, fórmula que tem também
sido defendida pela Administração norte-americana de Donald Trump.
"A Ucrânia e os seus aliados estão prontos para um cessar-fogo completo e incondicional em terra, no ar e no mar durante pelo menos 30 dias a partir de segunda-feira", anunciou o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sybiha, para acrescentar que uma tal medida "poderá abrir caminho a negociações de paz".
Coube ao chanceler alemão, Friedrich Merz, e ao presidente francês, Emmanuel Macron, agitar a ameaça de um "aumento drástico das sanções" à Rússia, caso Vladimir Putin bata com a porta ao cessar-fogo.
"A posição a que chegámos hoje é uma unidade absoluta entre toda uma série de países do mundo, incluindo os Estados Unidos", quis sinalizar, por sua vez, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
c/ agências