Fabricantes da Sputnik contestam críticas do Brasil

Os órgãos responsáveis pela produção da vacina russa contra a covid-19 negaram a presença de adenovírus no produto e contestaram os argumentos do órgão regulador do Brasil para negar a importação da Sputnik V.

Lusa /
Os russos contestam as reticências colocadas à sua vacina pelos brasileiros Tatyana Makeyeva - Reuters

Na segunda-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) brasileira negou a importação da vacina, apoiando a decisão na falta de dados e falhas graves de segurança, como a presença de adenovírus em vários lotes.

O adenovírus é usado como um vetor que leva o material genético do coronavírus ao indivíduo vacinado, mas deve estar inativo, sem capacidade de se replicar e causar a doença.

"A equipa da Sputnik V abordou as questões técnicas levantadas pelos diretores da Anvisa (...) para demonstrar que essas alegações não têm base científica e não podem ser tratadas com seriedade na comunidade científica e entre os reguladores internacionais", indicaram o Instituto Gamaleya e o Fundo de Investimento Direto da Rússia, em comunicado.

De acordo com as entidades russas, "não foi encontrado nenhum adenovírus competente para replicação (RCA) em qualquer um dos lotes de vacina Sputnik V que foram produzidos".

Sobre a falta de acesso aos locais de fabricação, na Rússia, por parte de técnicos da Anvisa, o comunicado defende que a equipa teve acesso "a todos os documentos relevantes, bem como aos locais de pesquisa e produção".

De acordo com os fabricantes da vacina, a segurança e a eficácia da Sputnik V foi confirmada por 61 reguladores em países onde a vacina foi autorizada com uma população total superior a três mil milhões de pessoas.

"O estudo do mundo real na Rússia após a vacinação de 3,8 milhões de pessoas demonstrou a eficácia da Sputnik V em 97,6%", frisaram.

Assim, as entidades russas avaliaram que a decisão da Anvisa "é, infelizmente, de natureza política e nada tem a ver com o acesso do regulador à informação ou ciência".

O Brasil enfrenta atualmente a pior fase da pandemia, com 395.022 óbitos e 14.441.563 infeções.
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