FDA acrescenta alerta sobre inflamação cardíaca rara ligada às vacinas Pfizer e Moderna

por Andreia Martins - RTP
Mike Segar - Reuters

Os Estados Unidos identificaram uma possível ligação entre as vacinas da Pfizer e Moderna contra a Covid-19 e uma inflamação rara no coração em adolescentes e jovens adultos. No entanto, continuam a defender os benefícios da inoculação.

A FDA prepara-se para acrescentar à ficha técnica das vacinas Pfizer e Moderna um alerta sobre casos raros de inflamação cardíaca. Num encontro para discussão sobre casos reportados de doença cardíaca após a vacinação, os grupos consultivos do Centro de Controlo e Prevenção (CDC) de Doenças dos Estados Unidos concluíram que as complicações registadas estão possivelmente associadas às vacinas.

Ainda que não tenha sido confirmada a relação causal entre as inoculações e os problemas cardíacos, médicos e hospitais devem ficar atentos a possíveis sintomas de miocardite ou pericardite após a vacinação. Os casos foram registados sobretudo em adolescentes e jovens adultos.

No entanto, sublinham que os benefícios destas vacinas, ambas com a tecnologia de mRNA, continuam a compensar os riscos e que os efeitos colaterais registados são “extremamente raros”.

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos e os principais grupos de médicos e funcionários de saúde pública divulgaram uma declaração, citada pela agência Reuters, a asseverar a segurança das vacinas.

“Encorajamos de forma veemente todas as pessoas acima dos 12 anos, elegíveis para receberem a vacina no âmbito da Autorização para o Uso de Emergência, a serem vacinados”, lê-se no documento.

De acordo com os dados do Sistema de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas (VAERS) dos Estados Unidos, foram identificados 347 casos de inflamação cardíaca na semana após a toma da segunda dose em jovens do sexo masculino entre os 12 e os 24 anos.

De acordo com o CDC, a maioria dos doentes afetados com a inflamação após a vacinação acabaram por recuperar. Em 309 hospitalizações por inflamação, 295 já tiveram alta.

Um dos responsáveis do CDC, Tom Shimabukuro, estima que haja uma taxa de 12,6 casos de inflamação cardíaca por cada milhão de pessoas vacinadas entre os 12 e os 39 anos.

Os dados do CDC indicam que mais de 138 milhões de norte-americanos já têm a vacinação completa com uma das duas vacinas disponíveis com a tecnologia de mRNA.

Tal como noutros países, também nos Estados Unidos a vacinação é agora ainda mais imprescindível perante a crescente incidência da variante Delta, com origem na Índia, em várias zonas do globo.

De recordar que os Estados Unidos já estão a vacinar adolescentes e jovens adultos com a vacina da Pfizer, a ser inoculada a jovens com mais de 12 anos.

Em junho, também a Agência Europeia do Medicamento aprovou o uso desta vacina em adolescentes entre os 12 e os 15 anos. No entanto, a decisão final cabe a cada Estado-membro.
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