Nelson Mandela, líder da luta contra o apartheid, foi capturado, julgado e condenado em 1962. Passou mais de 27 anos na prisão, foi libertado e depois eleito presidente da África do Sul. Soube-se agora que foi a CIA a denunciá-lo à polícia sul-africana em 1962.
Mas as justificações não convencem. Em primeiro lugar, não convencem o Congresso Nacional Africano (ANC, actualmente no Governo), que por via do seu porta-voz, Zizi Kodwa, considerou a confissão altamente comprometedora a confissão de Rickard. Um outro velho companheiro de luta de Mandela, igualmente citado pelo Sunday Times, considerou que se trata do reconhecimento de um "vergonhoso acto de traição", que "prejudicou a luta contra o apartheid".
Ainda segundo aquele periódico britânico, a bombástica revelação vem intensificar a pressão sobre a CIA para desclassificar o conjunto da documentação referente ao papel daquela agência na fase final da luta contra o apartheid.