"Fomos intercetados e raptados". Ativistas em navio desviado por Israel pedem ajuda internacional
A Marinha israelita intercetou o navio Madleen, que transportava ajuda humanitária para Gaza e levava vários ativistas a bordo, entre os quais a sueca Greta Thunberg. A embarcação encontra-se agora num porto de Israel. Os ativistas garantem ter sido raptados e pediram apoio aos governos dos seus países, mas Benjamin Netanyahu garante que estão a "encenar uma provocação mediática".
Na noite de domingo, a Coligação da Flotilha da Liberdade, que cedeu o barco, disse no Telegram ter perdido o contacto com a tripulação depois de esta ter sido "abordada" pelo Exército israelita.
"Se virem este vídeo, fomos intercetados e raptados em águas internacionais", disse a ativista sueca Greta Thunberg num vídeo pré-gravado e posteriormente partilhado pela Coligação da Flotilha da Liberdade, movimento internacional de apoio à Palestina lançado em 2010.
SOS! the volunteers on 'Madleen' have been kidnapped by Israeli forces.
— Freedom Flotilla Coalition (@GazaFFlotilla) June 9, 2025
Greta Thunberg is a Swedish citizen.
Pressure their foreign ministries and help us keep them safe!
Web: https://t.co/uCGmx8sn8j
X : @SweMFA
FB : @SweMFA
IG : swedishmfa#AllEyesOnMadeleen pic.twitter.com/76Myrg2Bnz
Israel não especificou o local onde o navio foi intercetado, mas o Ministério da Defesa avançou que a embarcação foi desviada para o porto de Ahsdod, um importante porto comercial no sul de Israel, não muito longe de Gaza.
"Espera-se que os passageiros regressem aos seus países", declarou o Ministério israelita dos Negócios Estrangeiros em comunicado, divulgando ainda imagens que mostram comida e água a serem distribuídas aos passageiros do barco, equipados com coletes salva-vidas. O Irão foi um dos primeiros a condenar a interceção do navio, descrevendo-a como um ato de "pirataria". Já a Turquia criticou o "ataque odioso" que considerou uma "violação flagrante do direito internacional".
França disse, por sua vez, querer "facilitar" o "rápido regresso a França" dos seis cidadãos que se encontravam a bordo da embarcação."Provocação mediática"
O navio com ajuda humanitária aproximou-se de Gaza no domingo, depois de chegar à costa egípcia, contrariando os avisos que tinham já sido lançados por Israel. Na rede social X, os ativistas apelaram aos governos dos respetivos países para que os protegessem.
Para além de Greta Thunberg, o navio transportava também a eurodeputada franco-palestiniana Rima Hassan.A Coligação da Flotilha da Liberdade denunciou a "clara violação do direito internacional", insistindo que a abordagem teve lugar em águas internacionais.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusou esta segunda-feira "Greta Thunberg e os outros de tentarem encenar uma provocação mediática com o único objetivo de fazerem publicidade a si próprios".
Já o ministro da Defesa, Israel Katz, vincou que "o Estado de Israel não permitirá a ninguém que viole o bloqueio marítimo de Gaza, cujo principal objetivo é impedir a transferência de armas para o Hamas, uma organização terrorista assassina que mantém os nossos reféns e comete crimes de guerra".
c/ agências