Forças de paz russas retiram quase 500 civis após operação militar de Baku

por Lusa

As forças de manutenção da paz russas no Nagorno-Karabakh anunciaram hoje ter retirado quase 500 civis das "zonas mais perigosas" da região, onde o Azerbaijão lançou uma operação militar, enquanto Moscovo pediu um cessar-fogo imediato.

"Ao longo do dia, 469 pessoas, incluindo 185 crianças, foram retiradas para o local onde se encontra o contingente russo de manutenção da paz", declarou o Ministério da Defesa russo.

"O pessoal médico (...) prestou assistência a nove cidadãos feridos, incluindo quatro crianças", acrescentou, num comunicado.

A missão de manutenção da paz apelou ainda ao Azerbaijão e aos separatistas arménios para um cessar-fogo imediato.

"O comando do contingente russo de manutenção da paz apela às partes em conflito para que cessem imediatamente o fogo, tomem medidas para desanuviar a situação e prossigam o processo de negociação", declarou o Ministério da Defesa russo.

Por seu lado, as autoridades separatistas de Nagorno-Karabakh anunciaram que os civis de seis localidades do enclave foram retirados na sequência do lançamento de uma operação militar de grande envergadura pelo Azerbaijão na região.

"A população civil de seis localidades de Artsakh [nome dado pelos arménios a Karabakh] foi retirada", declarou Gegham Stepanian, defensor dos direitos humanos (`Ombudsman`) da região separatista, no X (antigo Twitter).

Baku anunciou uma operação militar no enclave após a morte de quatro polícias e dois civis azeris numa explosão de minas, que atribuiu a separatistas arménios.

As forças de manutenção da paz russas estão destacadas em Nagorno-Karabakh no âmbito de um cessar-fogo negociado por Moscovo, um aliado tradicional da Arménia, para pôr fim ao anterior conflito na região em 2020.

Depois de ter lançado a operação militar, o Azerbaijão exigiu a retirada "incondicional e total" da Arménia de Nagorno-Karabakh e a dissolução do "chamado regime separatista" para alcançar a paz na região azeri.

Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa do Azerbaijão de maioria arménia, declarou a independência de Baku na sequência da desintegração da União Soviética, em 1991.

A declaração da independência desencadeou um conflito armado de que saíram vencedores os separatistas apoiados pela Arménia.

Trinta anos mais tarde, no outono de 2020, as forças armadas do Azerbaijão reconquistaram dois terços do território, situado no sul do Cáucaso.

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