França apela a Putin que não explore atentado de Moscovo

por Lusa

A França pediu ao Presidente russo para não explorar o atentado de sexta-feira, em Moscovo, depois de Vladimir Putin ter apontado, indiretamente, a responsabilidade da Ucrânia.

O ministro dos Assuntos Europeus, Jean-Noël Barrot, reiterou hoje que os franceses estão "solidários com o povo russo" perante o atentado num centro comercial nos arredores de Moscovo que matou pelo menos 133 pessoas.

"Este ato odioso e bárbaro deve ser esclarecido e não deve ser explorado", acrescentou Barrot em declarações ao canal BFMTV, citado pela agência Efe, nas quais justificou os apelos feitos pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, para que avance no apoio à Ucrânia.

Questionado sobre uma eventual exploração do massacre por Putin, que em nenhum momento se referiu à reivindicação do Estado Islâmico e sugeriu que os autores dos crimes estavam preparados para fugir da Ucrânia, o ministro francês afirmou que tem vindo a observar "há semanas e meses um endurecimento da posição de Vladimir Putin".

O governante francês sublinhou ainda que este endurecimento traduziu-se numa maior repressão dentro e fora da Rússia, em campanhas de desinformação na Europa e na "utilização de alimentos como arma", através da inundação do mercado de cereais.

Insistiu também neste endurecimento da posição de Putin, quando foi questionado sobre o míssil russo que entrou no espaço aéreo polaco esta manhã, de acordo com as autoridades de Varsóvia.

Jean-Noël Barrot acrescentou que, para fazer face à situação, em linha com o que Macron tem vindo a defender há semanas, os líderes da União Europeia acordaram, na cimeira de quinta e sexta-feira, em Bruxelas, dar "um passo histórico" com uma posição "unida" para se dotarem da capacidade industrial de se armarem.

Na sua primeira reação ao atentado, na sexta-feira à noite, o Presidente francês "condenou firmemente o ataque terrorista reivindicado pelo Estado Islâmico em Moscovo" e expressou "solidariedade com as famílias das vítimas, com os feridos e com o povo russo".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros, por seu lado, sublinhou que "estes atos odiosos devem ser totalmente esclarecidos".

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