Furacão Irma enfraquece mas mantém-se ameaçador

É o aviso repetido até à exaustão pelas autoridades da Florida: o furacão Irma enfraqueceu mas mantém-se perigoso.

RTP /
Um aspecto das inundações em Brickell, Miami, à passagem do Irma. Stephen Yang - Reuters

Após vários dias como uma das tempestades registadas no Atlântico mais fortes de sempre, o Irma está a perder força progressivamente. Às 12h00 GMT o NHC reclassificou-o como tempestade tropical.

Ao atingir Tampa, esta madrugada e manhã, a tempestade estava já classificada desde as 06h00 GMT como grau 1, com ventos sustentados de 135 quilómetros hora, de acordo com informações do Centro Nacional dos Furacões dos EUA, o NHC.

As consequências da tempestade são, até agora, menores do que a princípio se receava, já que, dizem as autoridades, ao atingir o nordeste de Cuba o Irma perdeu parte da sua incrível força. Em Cuba, o último balanço das autoridades aponta para dez mortos.

A grande ameaça vem agora das marés de tempestade, que podem entrar terra dentro.

"Até mesmo 15 centímetros de água em movimento podem derrubar-vos", avisou na rede Twitter o governador da Florida, Rick Scott, implorando, "mantenham-se do interior. Mantenham-se em segurança."
Cerca das 09h00 GMT o Irma dirigia-se para norte/nordeste com ventos de 120 quilómetros /hora a uma velocidade de 24 quilómetros/hora, devendo passar pela zona leste da Florida ate ao sul do estado da Geórgia até segunda-feira à tarde, seguindo pelo sul da Georgia e leste do Alabama ao longo do noite de segunda-feira e madrugada de terça, prevê o NHC.
Ao longo do dia de domingo, os serviços de socorro mantiveram-se em abrigo, avisando quem tinha recusado abandonar as suas propriedades que "estava por sua conta".

As primeiras equipas de emergência só segunda-feira de manhã começaram a mover-se no terreno, a socorrer pessoas e a avaliar os estragos.

Ruas cheias de destroços, árvores caídas, casa de madeira destruídas e casas mais sólidas sem telhados, são até agora os efeitos mais visíveis do Irma. Foi declarado contudo o recolher obrigatório nalgumas áreas para evitar pilhagens.

A Polícia do condado de Miami-Dade deteve 29 pessoas por roubo e pilhagens. "Estamos em patrulha e não iremos tolerar actividades criminosas quando a nossa comunidade recupera do furacão Irma", avisou a corporação na rede Twitter.
Florida sob os destroços
O Irma já fez três dezenas de mortos, três deles na Florida, onde chegou domingo com categoria 4. A tempestade afetou o istmo de lado a lado e ao longo de toda a sua extensão.

Devido ao risco de inundações repentinas, as ordens de evacuação que abrangeram cerca de 6.5 milhões de pessoas, ou um terço da população do estado, mantêm-se ao longo de segunda-feira.

A maioria dos habitantes que obedeceu à ordem refugiou-se em abrigos estatais, hotéis ou em zonas consideradas seguras.

Miami foi fustigada por ventos e chuvas intensas e registou cinco tornados. Várias ruas ficaram inundadas e três gruas foram derrubadas pela tempestade.

O bairro de Brickell, à beira-mar, ficou inundado pela "maré, que passou sobre os diques", e grandes arranha-céus transformaram-se em ilhas, oscilando sob o vento.

"Sentimos o edifício a abanar o tempo todo", testemunhou Deme Lomas, numa entrevista ao telefone a partir do seu apartamento no 35º andar. "É como estar num barco".

O aeroporto internacional foi encerrado e só deverá abrir parcialmente terça-feira à tarde ou somente quarta-feira.

Mais de quatro milhões de clientes estavam sem eletricidade, de acordo com os serviços de emergência. A empresa Energia e Luz da Florida anunciou que parou um dos seus dois reatores nucleares de Turkey Point, "por questões de segurança".

O Presidente dos Estados Unidos assinou no domingo uma declaração de "grande desastre" na Florida. Donald Trump anunciou ainda que vai visitar o estado "muito em breve" e mostrou-se satisfeito com a resposta das instituições ao furacão.
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