O gabinete do chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou esta quarta-feira que Berlim anuiu ao envio de tanques Leopard 2A6 para a Ucrânia. A própria Alemanha fará chegar 14 destes blindados às Forças Armadas ucranianas. A Rússia já reagiu, alertando que o Governo alemão está a negar a "responsabilidade histórica" e a escalar o conflito, ao enviar tanques para Kiev.
Governo alemão acende luz verde ao envio de tanques Leopard 2A6 para a Ucrânia
O anúncio foi feito no final do Conselho de Ministros na manhã desta quarta-feira.
"Este é o resultado de intensas consultas realizadas com os parceiros
europeus e internacionais mais próximos da Alemanha", acrescentou.
Segundo a Reuters, o objetivo é estabelecer rapidamente dois batalhões com tanques Leopard 2 para a Ucrânia. É ainda referido que o treino de tropas ucranianas na Alemanha vai começar em breve.
“Para isso, a Alemanha vai disponibilizar inicialmente uma companhia de 14 tanques Leopard 2A6, provenientes dos stocks da Bundeswehr”, segundo o porta-voz.
A Alemanha autorizou o envio de carros de combate Leopard 2 de fabrico
alemão para os militares ucranianos combaterem a invasão russa e aprovou
os pedidos de outros países no mesmo sentido, de acordo com o porta-voz
do Executivo de Berlim.
A embaixada russa na Alemanha reagiu entretanto à decisão, considerando que esta significa que Berlim está a negar a sua "responsabilidade histórica para com a Rússia" decorrente de crimes nazis na II Guerra Mundial.
No Parlamento alemão, esta quarta-feira, Olaf Scholz confirmou o fornecimento de tanques de guerra à Ucrânia.
"Podemos afirmar que somos nós e o Reino Unido que estamos a fornecer mais armamento à Ucrânia", frisou o chanceler alemão."A Alemanha estará sempre na linha da frente no apoio à Ucrânia".
Scholz indicou ainda que foi decidido o fornecimento "armamente pesado" às forças ucranianas e um sistema de combate anti-aéreo.
"São tudo medidas para ajudar a Ucrânia a defender-se. Todas estas decisões foram tomadas em concordância com os nossos aliados", sublinhou ainda.
Admitindo que a Alemanha pretende "fazer o necessário para ajudar a Ucrânia", Scholz deixou claro que, ao mesmo tempo, quer evitar um escalar do conflito no "sentido de provocar uma guerra entre a Rússia e a NATO". Por esse motivo, esta decisão é resultado de uma "coordenação internacional".
Em comunicado, a embaixada afirmou que a decisão pode escalar o conflito.
"Esta decisão extremamente perigosa leva o conflito a um novo nível de confronto e contradiz as declarações de políticos alemães sobre a relutância da República Federal da Alemanha em envolver-se", disse o embaixador Sergei Nechayev.
"Esta decisão extremamente perigosa leva o conflito a um novo nível de confronto e contradiz as declarações de políticos alemães sobre a relutância da República Federal da Alemanha em envolver-se", disse o embaixador Sergei Nechayev.
Alemanha tomou a "decisão certa"
A decisão alemã surgiu após as autoridades dos Estados Unidos anunciarem que foi fechado um acordo preliminar para enviar tanques M1 Abrams a Kiev para ajudar a repelir as forças russas entrincheiradas no leste da Ucrânia.
Scholz insistiu que qualquer movimento para fornecer à Ucrânia os poderosos tanques Leopard 2 precisaria ser coordenado com os aliados da Alemanha, principalmente os Estados Unidos. Ao conseguir que Washington comprometa alguns dos seus próprios tanques, Berlim espera dissipar o risco de qualquer reação da Rússia.
Scholz insistiu que qualquer movimento para fornecer à Ucrânia os poderosos tanques Leopard 2 precisaria ser coordenado com os aliados da Alemanha, principalmente os Estados Unidos. Ao conseguir que Washington comprometa alguns dos seus próprios tanques, Berlim espera dissipar o risco de qualquer reação da Rússia.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, considera que a decisão da Alemanha e de outros aliados da NATO de enviar tanques Leopard 2 para a Ucrânia foi a "decisão certa".
"A decisão certa dos aliados e amigos da NATO de enviar os principais tanques de guerra para a Ucrânia. Ao lado do Challenger 2, vão fortalecer a defesa da Ucrânia", escreveu o governante do Reino Unido no Twitter.
"Juntos, estamos a acelerr os nossos esforços para garantir que a Ucrânia vence esta guerra e consegue uma paz duradoura".
"A decisão certa dos aliados e amigos da NATO de enviar os principais tanques de guerra para a Ucrânia. Ao lado do Challenger 2, vão fortalecer a defesa da Ucrânia", escreveu o governante do Reino Unido no Twitter.
"Juntos, estamos a acelerr os nossos esforços para garantir que a Ucrânia vence esta guerra e consegue uma paz duradoura".
The right decision by NATO Allies and friends to send main battle tanks to Ukraine. Alongside Challenger 2s, they will strengthen Ukraine’s defensive firepower.
— Rishi Sunak (@RishiSunak) January 25, 2023
Together, we are accelerating our efforts to ensure Ukraine wins this war and secures a lasting peace. https://t.co/55BKg7orfJ
O primeiro-ministro britânico garantiu no passado sábado ao presidente ucraniano que o Reino Unido vai fornecer à Ucrânia tanques Challenger 2 e novos sistemas de artilharia, tornando-se no primeiro país a fornecer a Kiev tanques de combate de fabricação ocidental.
Também o primeiro-ministro da Polónia agradeceu ao chanceler alemão Olaf Scholz pela decisão de enviar tanques Leopard 2 para a Ucrânia.
"A decisão de enviar Leopard 2 para a Ucrânia é um grande passo para deter a Rússia", escreveu no Twitter. "Juntos somos mais fortes".
"A decisão de enviar Leopard 2 para a Ucrânia é um grande passo para deter a Rússia", escreveu no Twitter. "Juntos somos mais fortes".
Thank you @Bundeskanzler Olaf Scholz. The decision to send Leopards to Ukraine is a big step towards stopping Russia. Together we are stronger.
— Mateusz Morawiecki (@MorawieckiM) January 25, 2023
A decisão foi saudada também pela Presidência francesa.
"A França saúda a decisão alemã, que amplia e reforça o apoio que demos com a entrega do AMX10 RC", referiu em comunicado Emmanuel Macron em comunicado, referindo-se a um veículo de combate mais leve fabricado em França e que será enviado para as forças ucranianas.
"A França saúda a decisão alemã, que amplia e reforça o apoio que demos com a entrega do AMX10 RC", referiu em comunicado Emmanuel Macron em comunicado, referindo-se a um veículo de combate mais leve fabricado em França e que será enviado para as forças ucranianas.