Governo cabo-verdiano promete pagamento a trabalhadores de extinta companhia aérea TICV

por Lusa

O Governo cabo-verdiano prometeu cumprir a sua parte nos pagamentos devidos a 46 trabalhadores da companhia aérea Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV), que esta semana protestaram devido a salários em atraso e falta de compensações acordadas.

"Depois de termos recebido a carta com a informação do acionista Bestfly, em que nos informava qual era o montante do valor a indemnizar, o Governo já está em condições de poder cumprir com a parte e a responsabilidade, que se limita aos 30%", correspondentes à quota que o Estado detém na empresa, afirmou o ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, citado, na sexta-feira, pela Rádio de Cabo Verde (RCV).

Os trabalhadores reclamaram do silêncio e incumprimento, tanto do Governo, como da Bestfly, relativamente a um acordo celebrado em agosto, que previa o pagamento de dois salários em atraso e indemnizações num prazo máximo de duas semanas.

Carlos Santos disse que o Governo tem mantido um acompanhamento próximo da situação, apesar de os trabalhadores se queixarem de ausência de resposta aos pedidos de reunião.

O governante referiu que o atraso no pagamento se deve à falta de informações por parte do acionista maioritário, a Bestfly, que detém 70% da empresa.

"Foi o acionista maioritário que assinou os contratos de rescisão. Portanto, o Governo não foi envolvido nessa matéria, uma vez que, neste momento, não está representado no Conselho de Administração", disse.

Relativamente à criação da nova companhia aérea Linhas Aéreas de Cabo Verde, dedicada ao mercado doméstico, o ministro adiantou que o processo de recrutamento está em curso e que os ex-trabalhadores da TICV terão prioridade nas contratações para funções especializadas.

"Mantemos esse compromisso", reiterou.

A TICV, que realizava voos interilhas, suspendeu operações em abril, depois de divergências entre os dois acionistas, o Estado e a Bestfly.

Após o encerramento, iniciou-se um processo de despedimento coletivo que culminou num acordo, cuja execução continua por concretizar, cerca de 100 dias depois.

 

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