Mundo
Governo do Sudão prepara reconquista das cidades de Bor e Bantiu
A guerra civil parece cada vez mais inevitável no Sudão do Sul com o governo a anunciar para as próximas horas uma ofensiva contra as forças Nuer que apoiam o ex-vice-Presidente Reik Machar e que nos últimos dias assumiram o controlo das cidades de Bor e de Bentiu. "Os nossos soldados vão reconquistar a cidade de Bor às forças da rebelião" afirmou segunda-feira o porta voz do exército sul sudanês, Philip Aguer. "As forças de Machar ainda controlam a cidade mas estamos a preparar-nos para a retomar."
Em oito dias os combates entre soldados das duas grandes etnias sul sudanesas, Nuer e Dinka, fizeram já centenas de mortos e de feridos, entre eles três soldados da paz da ONU, mortos quinta-feira na base de Akobo num assalto de soldados Nuer, e quatro soldados norte-americanos feridos no sábado.
A diplomacia internacional tenta evitar que o conflito alastre mas, a uma delegação de ministros de vários países do Leste de África, o Presidente Salva Kiir prometeu apenas negociar a partida do rival, Keir Machar.
Em Bor, capital do estado de Jonglei, uma delegação da ONU encontrou uma situação humanitária caótica. Pelo menos 15.000 pessoas refugiaram-se junto da base da ONU local mas o contingente de soldados da Paz dificilmente poderá defender os civis."Há apenas uma semana era difícil imaginar que as coisas pudessem degenerar desta maneira" disse Toby Lanzer, chefe das operações humanitárias da ONU no Sudão do Sul. "Espero enganar-me mas, se não, centenas de milhares de pessoas irão necessitar de auxílio muito rapidamente."
A ONU "está a reforçar as suas defesas em Bor, para garantir que não sucede o mesmo que em Akobo," disse Lanzer. "Mas, tal como em Akobo, se houver uns escassos capacetes azuis no interior e cerca de 2.000 soldados no exterior, não poderemos fazer grande coisa."
Além de Bor, o exército sul sudanês prepara-se para recuperar a cidade de Bantiu, no coração da região petrolífera, responsável por 95% da riqueza do país. Devido aos combates na zona que mataram pelo menos cinco trabalhadores locais, a maioria das explorações foi abandonada pelas empresas internacionais.

O Presidente norte-americano Barack Obama, cujo país apoiou ativamente a luta do movimento rebelde do sul contra o Sudão e o regime de Khartoum, reforçou o contingente de tropas americanas no país e mandou retirar todo o pessoal diplomático, recomendando aos seus cidadãos que abandonem o país.A rivalidade entre Machar e Kiir, respetivamente líderes das etnias Nuer e Dinka, dura desde a época em que ambos eram comandantes da rebelião.
Keir Machar tentou assumir o poder tendo sido repelido e aliando-se então a Khartoum. Regressou ao movimento rebelde e, no governo saído da primeira eleição após a independência em junho de 2011, assumiu o cargo de vice-Presidente, sob a presidência de Salva Kiir. Em julho de 2013 ele e outros oito ministros foram demitidos.
A violência teve início no domingo dia 15 de dezembro à noite, quando tropas leais a Machar tentaram alegadamente assumir o controlo de um arsenal na capital, Juba. O governo falou em golpe de estado, Keir Machar negou e acusou o Presidente e rival Salva Kiir de querer eliminar os seus rivais.
A capital assistiu a duros combates entre soldados das duas fações durante dois dias, com pelo menos 20.000 pessoas a procurarem refúgio junto das forças da Paz da ONU.
A fação Nuer acabou por desertar e abandonar a capital, tendo-se entrincheirado em Bor e em Bantiu, cujas ruas estariam juncadas de cadáveres, de acordo com relatos não confirmados.
Fontes anónimas afirmam que a instabilidade poderá ter ainda facilitado a deslocação para a zona por parte de rebeldes do Darfour vizinho.
A diplomacia internacional tenta evitar que o conflito alastre mas, a uma delegação de ministros de vários países do Leste de África, o Presidente Salva Kiir prometeu apenas negociar a partida do rival, Keir Machar.
Em Bor, capital do estado de Jonglei, uma delegação da ONU encontrou uma situação humanitária caótica. Pelo menos 15.000 pessoas refugiaram-se junto da base da ONU local mas o contingente de soldados da Paz dificilmente poderá defender os civis."Há apenas uma semana era difícil imaginar que as coisas pudessem degenerar desta maneira" disse Toby Lanzer, chefe das operações humanitárias da ONU no Sudão do Sul. "Espero enganar-me mas, se não, centenas de milhares de pessoas irão necessitar de auxílio muito rapidamente."
A ONU "está a reforçar as suas defesas em Bor, para garantir que não sucede o mesmo que em Akobo," disse Lanzer. "Mas, tal como em Akobo, se houver uns escassos capacetes azuis no interior e cerca de 2.000 soldados no exterior, não poderemos fazer grande coisa."
Além de Bor, o exército sul sudanês prepara-se para recuperar a cidade de Bantiu, no coração da região petrolífera, responsável por 95% da riqueza do país. Devido aos combates na zona que mataram pelo menos cinco trabalhadores locais, a maioria das explorações foi abandonada pelas empresas internacionais.
O Presidente norte-americano Barack Obama, cujo país apoiou ativamente a luta do movimento rebelde do sul contra o Sudão e o regime de Khartoum, reforçou o contingente de tropas americanas no país e mandou retirar todo o pessoal diplomático, recomendando aos seus cidadãos que abandonem o país.A rivalidade entre Machar e Kiir, respetivamente líderes das etnias Nuer e Dinka, dura desde a época em que ambos eram comandantes da rebelião.
Keir Machar tentou assumir o poder tendo sido repelido e aliando-se então a Khartoum. Regressou ao movimento rebelde e, no governo saído da primeira eleição após a independência em junho de 2011, assumiu o cargo de vice-Presidente, sob a presidência de Salva Kiir. Em julho de 2013 ele e outros oito ministros foram demitidos.
A violência teve início no domingo dia 15 de dezembro à noite, quando tropas leais a Machar tentaram alegadamente assumir o controlo de um arsenal na capital, Juba. O governo falou em golpe de estado, Keir Machar negou e acusou o Presidente e rival Salva Kiir de querer eliminar os seus rivais.
A capital assistiu a duros combates entre soldados das duas fações durante dois dias, com pelo menos 20.000 pessoas a procurarem refúgio junto das forças da Paz da ONU.
A fação Nuer acabou por desertar e abandonar a capital, tendo-se entrincheirado em Bor e em Bantiu, cujas ruas estariam juncadas de cadáveres, de acordo com relatos não confirmados.
Fontes anónimas afirmam que a instabilidade poderá ter ainda facilitado a deslocação para a zona por parte de rebeldes do Darfour vizinho.