Mundo
ONU e governos do Reino Unido e EUA retiram pessoal do Sudão do Sul
Londres enviou um segundo avião para o Sudão Sul para retirar do país o seu pessoal diplomático e outros cidadãos, avisando-os para "viajar com bagagem ligeira para não terem de deixar as malas no aeroporto." A decisão do governo britânico segue-se ao ataque contra uma base das forças de Paz das Nações Unidas em Akobo, quinta-feira à noite, que fez três mortos entre os capacetes azuis indianos.
O Presidente norte-americano Barack Obama reagiu ao ataque dizendo que o Sudão Sul está "à beira da guerra civil" e ordenou a evacuação das missões diplomáticas, aconselhando igualmente os cidadãos americanos a abandonar o pais. A ONU enviou por seu lado quatro helicópteros para retirar as suas tropas de Paz de Akobo.
Quinta-feira um avião C-17 da RAF retirou para o Uganda 182 pessoas, entre elas 53 britânicos, afirmou o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros. William Hague lamentou ainda na sua conta twitter o ataque à base da ONU e tristeza pela perda de vidas indianas. "Exorto à contenção e ao fim da violência" acrescentou.O Sudão Sul está a braços com um surto de violência que opõe fações rivais do exército sul sudanês desde domingo passado. O governo do Sudão do Sul fala numa tentativa de golpe de Estado mas o principal acusado Riek Machar, o ex-vice-Presidente e arqui-rival do Presidente Salva Kiir, nega e afirma tratar-se de uma "operação de limpeza".
Riek Machar, acusado de tentar tomar o poder, está em fuga depois de vários dos seus apoiantes terem sido presos na terça-feira à noite. Desde domingo já morreram pelo menos 500 pessoas.
A ONU afirma que os combates têm seguido linhas étnicas e que destruíram bairros inteiros da capital, Juba.
Centenas de soldados pertencentes à etnia Nuer, do ex-vice-Presidente Machar, desertaram e foram perseguidos pelas tropas leais ao Presidente Kiir pertencentes à etnia Dinka, tendo os combates alastrado à instável região de Jonglei.
Milhares de refugiados
A base da ONU atacada quinta-feira, por homens armados não identificados, fica precisamente em Jonglei. De acordo com pessoal da Minuss (missão da ONU no Sudão do Sul) estavam na base 51 capacetes azuis assim como uma trintena de civis refugiados dos combates. Os responsáveis pelo ataque à base seriam Nuer.
A instabilidade está a levar milhares de pessoas a procurarem refúgio junto da ONU. Pelo menos 20.000 pessoas foram acolhidas em Juba e 14.000 em Bor, a capital de Jonglei, que na quinta-feira foi dominada pelas tropas do ex-vice-Presidente.
Na base de Bentiu, na capital do estado de Unidade, estão sob proteção 200 empregados do consórcio GNOPC, controlado pelo gigante público chinês CNPC e que foram igualmente atacados. Pelo menos cinco sul-sudaneses que trabalhavam no campo petrolífero foram mortos.
O setor petrolífero contribui com 98% dos rendimentos do Sudão do Sul e ignora-se o impacto que poderá ter a violência dos últimos dias.
Obama avisa
O Presidente Barack Obama, cujo país apoiou a luta de independência dos sudaneses do sul contra o poder hegemónico de Khartoum, avisou que "a violência ameaça mergulhar de novo o Sudão do Sul nos seus dias mais negros."
O Sudão do Sul festejou a sua independência do Norte em julho de 2011 assumindo-se como o mais novo país do mundo.
Quinta-feira um avião C-17 da RAF retirou para o Uganda 182 pessoas, entre elas 53 britânicos, afirmou o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros. William Hague lamentou ainda na sua conta twitter o ataque à base da ONU e tristeza pela perda de vidas indianas. "Exorto à contenção e ao fim da violência" acrescentou.O Sudão Sul está a braços com um surto de violência que opõe fações rivais do exército sul sudanês desde domingo passado. O governo do Sudão do Sul fala numa tentativa de golpe de Estado mas o principal acusado Riek Machar, o ex-vice-Presidente e arqui-rival do Presidente Salva Kiir, nega e afirma tratar-se de uma "operação de limpeza".
Riek Machar, acusado de tentar tomar o poder, está em fuga depois de vários dos seus apoiantes terem sido presos na terça-feira à noite. Desde domingo já morreram pelo menos 500 pessoas.
A ONU afirma que os combates têm seguido linhas étnicas e que destruíram bairros inteiros da capital, Juba.
Centenas de soldados pertencentes à etnia Nuer, do ex-vice-Presidente Machar, desertaram e foram perseguidos pelas tropas leais ao Presidente Kiir pertencentes à etnia Dinka, tendo os combates alastrado à instável região de Jonglei.
Milhares de refugiados
A base da ONU atacada quinta-feira, por homens armados não identificados, fica precisamente em Jonglei. De acordo com pessoal da Minuss (missão da ONU no Sudão do Sul) estavam na base 51 capacetes azuis assim como uma trintena de civis refugiados dos combates. Os responsáveis pelo ataque à base seriam Nuer.
A instabilidade está a levar milhares de pessoas a procurarem refúgio junto da ONU. Pelo menos 20.000 pessoas foram acolhidas em Juba e 14.000 em Bor, a capital de Jonglei, que na quinta-feira foi dominada pelas tropas do ex-vice-Presidente.
Na base de Bentiu, na capital do estado de Unidade, estão sob proteção 200 empregados do consórcio GNOPC, controlado pelo gigante público chinês CNPC e que foram igualmente atacados. Pelo menos cinco sul-sudaneses que trabalhavam no campo petrolífero foram mortos.
O setor petrolífero contribui com 98% dos rendimentos do Sudão do Sul e ignora-se o impacto que poderá ter a violência dos últimos dias.
Obama avisa
O Presidente Barack Obama, cujo país apoiou a luta de independência dos sudaneses do sul contra o poder hegemónico de Khartoum, avisou que "a violência ameaça mergulhar de novo o Sudão do Sul nos seus dias mais negros."
O Sudão do Sul festejou a sua independência do Norte em julho de 2011 assumindo-se como o mais novo país do mundo.