Governo moçambicano exonera presidente da empresa pública de electricidade

O governo moçambicano exonerou terça- feira o presidente da empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM), Vicente Veloso, nomeando para o cargo Manuel João Cuambe, um engenheiro que já exercia funções de director na empresa.

Agência LUSA /

Não foram divulgadas as razões da decisão do conselho de ministros de demitir Vicente Veloso, que ocupava o cargo há mais de 10 anos e que nos últimos meses tinha sido acusado de práticas ilegais.

Segundo o semanário independente Savana, Veloso contornou a obrigatoriedade das empresas públicas de contratar por concurso o fornecimento de bens e serviços, encomendando directamente equipamento eléctrico na África do Sul, por preço mais elevado do que o praticado em Moçambique.

Na sequência do artigo, Vicente Veloso apresentou uma queixa contra o jornal no Conselho Superior de Comunicação Social, um órgão de regulação do jornalismo moçambicano.

Hoje, o Mediafax, que pertence ao mesmo grupo do Savana, noticiou que três dos cinco administradores da EDM tinham subscrito um abaixo-assinado contra Veloso, contestando o seu desempenho.

No entanto, o jornal cita outras fontes da empresa que descrevem o ex-presidente do conselho de administração da EDM como "figura competente e de visão futurista".

De acordo com o jornal, Vicente Veloso vai regressar à Hidroeléctrica de Cahora Bassa, onde já representou o Estado moçambicano na empresa dominada ainda por capitais portugueses.

O novo presidente de uma das mais importantes empresas públicas de Moçambique, Manuel João Cuambe, desempenhava as funções de director da divisão de electrificação e projectos da EDM.

O governo de inspiração presidencial de Armando Guebuza, que tomou posse no princípio deste ano, substituiu recentemente os presidentes das empresas públicas Aeroportos de Moçambique e Instituto Nacional de Segurança Social.

Em breve deverão ser tomadas decisões sobre o futuro de gestores que estão em fim de mandato, ou que o ultrapassaram mesmo, como nos casos da Televisão de Moçambique, Correios de Moçambique e Caminhos-de-Ferro de Moçambique.

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