Governo timorense continua trabalho para que artes marciais sejam atividade desportiva

por Lusa

O ministro timorense da Juventude, Desporto, Artes e Cultura, Nelyo Isaac Sarmento, afirmou hoje que o Governo quer continuar a dialogar e trabalhar com os grupos de artes marciais para os transformar numa atividade desportiva.

"Estamos concentrados em desenvolver as artes marciais como uma atividade desportiva, não como uma atividade violenta ou uma organização criminosa. Arte não é violência", disse à Lusa o governante timorense.

O Governo timorense determinou a suspensão do ensino, aprendizagem e práticas de artes marciais em novembro de 2023, na sequência de graves incidentes registados em todo o território nacional, que provocaram pelo menos quatro mortos e 26 feridos.

A suspensão do ensino, aprendizagem e prática de artes marciais e rituais já foi renovada por mais duas vezes, a última das quais em outubro passado e vai vigorar até ao próximo mês de abril.  

Nelyo Isaac Sarmento disse também que o Governo continua a "comunicar com os grupos de artes marciais" e a "prepará-los para funcionarem como organizações [desportivas] através da formação".

"Também estamos a formar treinadores, porque muitos não têm certificado e ensinam `outras doutrinas` e o Governo não pode tolerar", explicou o ministro.

Nelyo Isaac Monteiro afirmou que está a ser preparada, ainda para este ano, uma competição desportiva entre os vários grupos, lembrando que na Associação das Nações do Sudeste Asiático há campeonatos de artes marciais.

"Se os jovens têm problemas, não têm emprego, o desporto é uma oportunidade e podem vir a tornar-se heróis da Nação", disse o ministro.

Segundo a sociedade civil, muitos jovens timorenses associam-se a grupos de artes marciais, relacionados com atividades criminosas, por falta de oportunidades de emprego e outras atividades lucrativas, bem como devido à fraca educação e ausência de política ou programa coordenados que possam garantir a sua participação no desenvolvimento do país.

O ministro do Desporto e Juventude reconheceu que os jovens enfrentam problemas, como o desemprego e falta de oportunidades, e defendeu a importância de os preparar para participarem no desenvolvimento do país.

Apesar de o seu ministério não ter a responsabilidade política da educação e emprego, o ministro salientou que tem trabalhado com os jovens questões como a cidadania e caráter, para conhecerem os seus "direitos", mas também os seus "deveres" com o Estado.

"Neste momento, criamos centros de juventude em todo o território para apoiar os jovens com várias atividades", disse o ministro, acrescentando que naqueles centros os jovens podem aprender informática, língua portuguesa e a escrever cartas formais para respostas a anúncios de emprego.

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