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Guardia Civil abandona sede do departamento de Economia da Catalunha após cerco dos manifestantes

por RTP
Jon Nazca - Reuters

Os agentes da Guardia Civil que estavam desde a manhã de quarta-feira na sede do Departamento da Economia, em Barcelona, abandonaram esta quinta-feira o local. Os agentes da Guardia Civil não conseguiam sair do edifício que estava cercado por milhares de pessoas em defesa do referendo à independência da Catalunha.

Os membros da Guardia Civil estavam desde as 8h00 de quarta-feira (7h00 em Lisboa) na sede do Departamento da Economia porque milhares de pessoas estavam concentradas no exterior e impediam a saída do edifício, situado no final da Rambla da Catalunha, próxima da Grande Via de Barcelona.

Cinco agentes à paisana abandonaram o Departamento já depois das 03h00 desta quinta-feira (2h00 em Lisboa), percorrendo um pequeno trecho na Rambla da Catalunha, até à Grande Via de Barcelona, onde entraram para veículos sem logotipos policiais, os quais foram depois escoltados pelos Mossos d`Esquadra (polícia catalã).


A saída dos elementos da Guardia Civil foi recebida com gritos de protesto pelos manifestantes, que se sentaram no chão para impedir a operação. Os Mossos começaram a retirá-los, arrastando-os pelos braços e pés.

Os últimos elementos da Guardia Civil que se encontravam na sede do Departamento da Economia saíram já depois das 7h00 (6h00 em Lisboa), quando já poucos protestavam no local.
"Nem um passo atrás"

A partida desses agentes da Guardia Civil tornou-se durante todo o dia numa delicada operação para a polícia catalã, depois de o major dos Mossos d'Esquadra, Josep Lluis Trapero, ter pedido aos agentes que fossem "especialmente restritivos e cuidadosos no uso da força".

Durante o dia, as três viaturas da Guardia Civil que tinham ficado à porta do Departamento foram destruídas, num protesto contra a detenção de 14 dirigentes da Generalitat (o governo da Catalunha), por organizarem um referendo sobre a independência daquela região do nordeste de Espanha.

Frente à sede do governo autónomo foi montado um palco improvisado, no qual têm atuado diversos artistas e, por várias ocasiões, falado dirigentes da Assembleia Nacional Catalã (ANC) e da organização pró-independência da Catalunha Òmnium Cultural.

Ao fim de quarta-feira, o presidente da Òmnium, Jordi Cuixart, e o da ANC, Jordi Sánchez, discursaram e apelaram às pessoas para dispersarem.

Cuixart sugeriu que se reunissem na quinta-feira, às 12h00, frente à sede do Supremo Tribunal de Justiça da Catalunha, pedindo-lhes que abandonassem o local, mas os manifestantes gritaram "Nem um passo atrás!".
Operação policial contra referendo

A entrada no Departamento de Economia foi ordenada pelo titular do julgado de instrução de Barcelona, que está a investigar cerca de 20 pessoas, por delitos relacionados com a preparação do referendo sobre a independência da Catalunha, convocado pelo Generalitat e suspendido pelo Tribunal Constitucional espanhol.

Quando foi divulgada esta atuação, várias organizações independentistas convocaram os seus apoiantes para a sede do Departamento de Economia, onde chegaram a estar concentradas 40 mil pessoas.

A operação determinada pelo juiz conduziu à detenção de 14 dirigentes da Generalitat, dos quais três foram libertados, depois de se terem negado a prestar declarações à Guardia Civil.

Vários detidos estão no quartel da Guardia Civil, de Travessera de Gràcia, em Barcelona, entre os quais o secretário das Finanças do Departamento de Economia, Lluís Salvadó. Outros detidos foram transferidos para a Cidade da Justiça.

c/ Lusa
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