Guerra da Ucrânia. Europeus estão "prontos" para conceder garantias de segurança, e aguardam "apoio" americano

A Presidência francesa anunciou que os europeus vão confirmar na quinta-feira, durante uma reunião no Palácio do Eliseu, em Paris, e por videoconferência, que estão "prontos" para conceder garantias de segurança à Ucrânia e aguardam agora um "apoio" concreto dos americanos.

Rachel Mestre Mesquita - RTP /
Alexandre Drago - Reuters

"A mensagem essencial que será transmitida na quinta-feira é que, tendo em conta o avanço dos trabalhos até hoje, não só estamos dispostos e somos capazes, como também estamos prontos.", anunciou um conselheiro do presidente francês, Emmanuel Macron. "O que procuraremos na quinta-feira é a confirmação de que a "Coligação de Voluntários", tem o apoio dos americanos para garantir a segurança da Ucrânia", acrescentou.

A Coligação de Voluntários, liderada pela França, reúne três dezenas de países na sua maioria europeus dispostos a apoiar militarmente a Ucrânia e até mesmo enviar soldados europeus para território ucraniano como parte de um futuro acordo de paz com a Rússia.

Na próxima quinta-feira, o presidente francês e o o primeiro-ministro britânico Keir Starmer vão copresidir ao encontro da chamada "Coligação de Vontades", que se vai reunir tanto presencialmente como por videoconferência, a pedido do próprio presidente ucraniano. Na noite anterior, Emmanuel Macron vai receber Volodymyr Zelensky no Palácio do Eliseu.

Após a declaração de Donald Trump sobre a concessão de garantias de segurança americanas a Kiev durante a reunião entre Zelensky, Trump e os líderes europeus, a 18 de agosto, na Casa Branca, os europeus garantem agora que "estão prontos para assumir as responsabilidades" desde que os americanos "assumam as suas". 
 
"Hoje temos contribuições suficientes para poder dizer aos americanos que estamos prontos para assumir as nossas responsabilidades, desde que eles assumam as suas, ou seja, que dêem aos parceiros europeus o "backstop", a rede de segurança que eles exigem e que, além disso, mantenham os seus esforços para obter o cessar-fogo que, juntamente com a Ucrânia, exigimos", sublinhou o Eliseu.

Apesar da referência a garantias de segurança americanas, o presidente dos EUA excluiu então o envio de tropas americanas para o terreno. Poderão entetanto fazer parte da "rede de segurança", o apoio ao nível logísitico, da informação e comunicação. 

O Palácio do Eliseu avançou que Emmanuel Macron "voltará a falar com o presidente Trump muito em breve" e que os Estados Unidos estarão representados na reunião de quinta-feira. 

Apesar dos esforços de Donald Trump para organizar uma cimeira entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ainda não está previsto nenhum encontro entre os dois líderes. Entretanto, os europeus exigem mais sanções americanas para obrigar Moscovo a sentar-se à mesa das negociações. 

c/agências 
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